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Porta-voz da entidade diz que, em casos como o dela, atleta deve abrir mão de competir sob o risco de suspensão
Iaaf aconselha Maurren a desistir do Pan
ADALBERTO LEISTER FILHO
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se depender da Iaaf, a Associação Internacional das Federações
de Atletismo, Maurren Higa Maggi, 27, não participará do Pan de
Santo Domingo, que começa
amanhã. A atleta tem vaga no salto em distância, que será disputado na próxima terça-feira.
Segundo Nick Davies, porta-voz
da entidade, em casos como o da
brasileira, "normalmente o atleta
não compete enquanto estiver
acontecendo a investigação".
Positiva para clostebol, um esteróide anabólico, em exame feito
no Troféu Brasil, em São Paulo,
no mês passado, Maurren já remeteu à Iaaf suas alegações.
De acordo com o documento, a
brasileira sofreu contaminação
por um creme cicatrizante, o Novaderm, utilizado após uma sessão de depilação definitiva feita na
véspera da coleta da urina. O remédio contém o esteróide clostebol em sua fórmula. O caso foi revelado anteontem pela Folha.
O relatório contou com um parecer do médico Eduardo de Rose, membro da Comissão Médica
da Agência Mundial Antidoping.
A Iaaf já está de posse da documentação e irá responder, nos
próximos dias, se aceita a alegação da atleta. No caso de a justificativa não ser admitida, Maurren
seria suspensa preventivamente, e
seu caso se tornaria oficial.
"A maioria dos atletas aceita isso [deixar de disputar provas],
mas também pode ser suspensa
provisoriamente se se recusar a
parar de competir", afirmou Davies, ontem, à Folha.
De acordo com ele, a razão principal para isso é que, no caso de
uma condenação, a pena do atleta
começaria a contar a partir da última competição de que este tivesse participado, e não da data
da coleta do exame positivo.
No caso de Maurren, esse período faria diferença. "Esses dois meses podem parecer pouco, mas é a
diferença entre participar do
Mundial [de atletismo] de 2005
ou não", contou o porta-voz.
Ontem, a Confederação Brasileira de Atletismo se pronunciou
oficialmente, pela primeira vez,
sobre o resultado. A CBAt disse
que "até o momento não está configurado doping nesse caso" e que
oferece à atleta "igual tratamento
dispensado aos demais brasileiros
anteriormente sob suspeição do
uso de substâncias proibidas".
"Liguei hoje para a Iaaf para saber do caso, mas ainda não havia
uma resposta", contou Roberto
Gesta de Melo, presidente da
CBAt, que aguarda uma definição
para viajar a Santo Domingo.
Até ser flagrada no teste, Maurren vivia sua melhor temporada.
A saltadora obteve quatro das cinco melhores marcas do ano.
Em março, ela ganhou o bronze
no salto em distância no Mundial
indoor de Birmingham (ING). Foi
o primeiro pódio de uma brasileira em um Mundial de atletismo.
No último Pan, realizado em
Winnipeg, há quatro anos, Maurren conquistou duas medalhas.
Foi ouro no salto em distância e
prata nos 100 m com barreiras.
Nesta edição dos Jogos, era favorita para ganhar o bicampeonato.
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