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FUTEBOL
O Mundial de Clubes, no papel
RODRIGO BUENO
COLUNISTA DA FOLHA
A Fifa apresenta os últimos
detalhes do Mundial de Clubes, a grande novidade do calendário. Além do sorteio das quartas-de-final, a entidade expõe o
troféu que deve virar o objeto
maior do desejo dos clubes. De
posse transitória, ganhará nomes
de seus campeões, como a taça da
Libertadores (vencedores ficam
com réplicas e devolvem o original no sorteio seguinte).
Após a disputa em 2000, a competição sofreu modificações tão
acertadas quanto necessárias. O
torneio ficou justo, interessante e
viável. Só assim pôde ocupar o espaço do Mundial interclubes. O
regulamento do torneio anual será esmiuçado agora.
Todos os jogos têm caráter eliminatório e, exceção feita à disputa de 3º lugar (há duelo pelo 5º
posto), os empates pedirão prorrogação e, se necessário, pênaltis.
Os participantes precisam ratificar presença até 11 de agosto e
aproveitar atletas (23) que estejam inscritos na federação nacional até 11 de novembro, um mês
antes do torneio. Os seis clubes felizardos não podem se enfrentar
três meses antes do Mundial nem
seis meses depois dele, exceto em
disputa continental. A Fifa adotou a restrição que a Conmebol
faz aos mexicanos, limitando um
time por confederação (se mexicano vence a Libertadores ou
asiático ganha a Oceania, vai o time mais bem colocado da região).
Os clubes precisam levar a campo sua equipe mais forte, algo já
visto em regras do Paulista para
os grandes não pouparem titulares. A medida visa os europeus. Os
times devem chegar à cidade em
que estrearão, no mínimo, três
dias antes do debut. O Liverpool
tem de estar em Yokohama em 12
de dezembro, e o São Paulo deve
chegar a Tóquio até o dia 11. No
Japão, os times não podem jogar
amistosos e só devem ir a eventos
de patrocinadores do Mundial.
A Fifa banca viagem ao Japão e
deslocamentos internos para
membros das delegações (35 pessoas). Os clubes são responsáveis
pelo comportamento dos integrantes da delegação, mas o regulamento não trata de problemas
com torcedores (irão hooligans
ingleses e são-paulinos, agora
com fama de violentos).
Os times não podem vender ou
autorizar terceiros a negociar ingressos pela internet. Nada de
promoções comerciais com entradas. Nas camisas, só um patrocinador, na parte frontal do uniforme (tchau Habib's). É proibida a
propaganda de forte bebida alcoólica (regra sob medida para a
cerveja Carlsberg, sponsor do Liverpool). O time deve ser fiel ao
patrocinador que apareceu no
uniforme no título continental ou
no último Nacional, medida que
visa evitar "camisas de aluguel".
Os clubes cedem à Fifa para a
promoção do torneio seus nomes,
logos e mascotes. E a Dentsu é a
promotora do evento (a Traffic
vendeu a edição no Brasil, que
elevou TV Bandeirantes e Corinthians, ex-parceiros da Traffic).
Todos os participantes receberão diploma, e os três primeiros,
medalhas. O time com mais fair
play levará US$ 10 mil em equipamentos esportivos. E o vencedor
deverá ser o campeão mundial
interclubes menos questionado
na história. Até que enfim!
O Mundial de Clubes, na prática
Exceção feita a Lugano no São Paulo, a Dwight Yorke no Sydney (ex-atacante do Manchester United, de Trinidad e Tobago) e a um ou outro forasteiro nos campeões de África e Ásia, só o Liverpool levará
uma seleção ao Japão. São 17 nacionalidades diferentes no elenco do
pentacampeão europeu. Mas o São Paulo, numa final com o time inglês, tem vantagem: um dia a mais de descanso (Tóquio e Yokohama
são coladas). Os times africano e asiático estarão embalados (serão
campeões pouco antes do Mundial). Apesar de nada apontar desistência do Liverpool, está na regra que o Comitê Organizador será responsável por arranjar substituto para quem abrir mão do evento (os
"Reds", que não jogaram o Mundial em 77 e 78, têm jogo do Inglês
em 17 de dezembro, que deve ser adiado). E haverá antidoping (há
mais de uma história de atleta "estimulado" no Mundial interclubes).
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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