São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAN-AMERICANO
Com 9 tripulações, equipe conquista 9 pódios e supera marca de Havana-91, quando obtivera 7
Iatismo bate o recorde de medalhas

MARCELO DAMATO
enviado especial a Winnipeg (Canadá)


A equipe brasileira de vela conquistou ontem mais duas medalhas, totalizando nove em nove tripulações que participam dos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá). É a primeira vez que isso acontece com a vela brasileira na história dessa competição.
Ricardo Winick e Cristina Mattoso Maia, na classe mistral (prancha à vela), superaram seus rivais no lago de Gimli, 120 km a oeste de Winnipeg, e vão participar da premiação na tarde de hoje no iate clube local.
Das novas medalhas obtidas, uma é de bronze e a outra é, no mínimo, de prata.
Assim, a equipe de vela já tem contabilizadas sete medalhas, uma de ouro, três de prata e três de bronze. As outras duas, que serão definidas hoje, serão de prata ou de ouro. O resultado mais provável é que os brasileiros fiquem com uma de cada.
A conquista de nove medalhas no Pan-Americano é inédita para a vela brasileira. O máximo anterior, sete, havia sido há oito anos, em Havana, Cuba.
Mas o recorde de melhor desempenho não foi batido. Em 1983, em Caracas, os brasileiros conquistaram quatro medalhas de ouro e uma de prata.
Winick, 19, o mais jovem velejador da equipe, assegurou no mínimo a medalha de prata ao ficar em terceiro e primeiro lugar nas regatas de ontem, a nona e a décima, respectivamente.
Ele também foi beneficiado por um erro de seu rival mais próximo, o argentino Marcos Galván, que ultrapassou a linha de largada da nona regata antes do sinal e foi desclassificado.
Na última regata, hoje de manhã, Winick conquistará o ouro se chegar até uma posição atrás do argentino. Por isso, ele deverá fazer uma corrida cautelosa, preocupado em ""marcar" o rival, e sem correr riscos.
No feminino, a situação já está definida. Cristina terminou as duas regatas em terceiro e garantiu a medalha de bronze. Como ela não tem mais chances de ficar com a prata, nem vai correr hoje.
Ontem, só houve regatas da classe mistral. Elas estavam marcadas para anteontem, mas foram adiadas por falta de vento.
Hoje, só duas tripulações brasileiras deverão entrar na água. Além da mistral masculina, Alexandre Paradeda e Flávio Fernandes, na classe snipe, também disputam a medalha de ouro, com o segundo lugar garantido.
Mas, ao contrário do colega Winick, os dois estão em desvantagem. Os cubanos lideram. E a diferença é ainda maior. Os brasileiros têm que abrir uma vantagem de três barcos para inverter a desvantagem de dois pontos e posição inferior no desempate.
Na vela, o desempate funciona como no automobilismo. Após os pontos, os critérios de classificação são vitórias, segundos lugares, terceiros, quartos etc.
Como essa é a última regata da série, muitos velejadores que têm posição definida não devem participar. A redução do número de participantes representa um ponto a favor para quem está em vantagem na disputa. Na mistral masculina, há nove concorrentes, e, na snipe, oito.
O chefe da equipe brasileira, Reinaldo Câmara, disse que já esperava uma boa participação, mas não quis comentar se a expectativa incluía medalhas em todas as classes.


Texto Anterior: Christian se recusa a voltar ao Inter
Próximo Texto: Seleção para Olimpíada é subjetiva
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.