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São Paulo, domingo, 31 de agosto de 2003

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FUTEBOL

A nova Copa dos Campeões

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Real Madrid será campeão. A possibilidade é grande, mas não dá para dizer isso na Copa dos Campeões.
Nos últimos anos pares (1998, 2000 e 2002), o supertime espanhol faturou o título do mais importante interclubes do planeta.
A vez agora seria do Real, ainda mais com a chegada de outro fenômeno do futebol contemporâneo, porém a concorrência e a fórmula de disputa da Champions League são ótimo desafio para a soberba do clube.
O sorteio que definiu os grupos da liga, bastante dirigido para evitar confrontos entre conterrâneos, não fez mesmo muita diferença para ninguém. Todas as chaves são parelhas e ameaçam até mesmo os claros favoritos, como o Real. Na fase eliminatória já houve algumas surpresas. Borussia Dortmund e Newcastle, por exemplo, ficaram pelo caminho. Devido a esse tropeço britânico, os espanhóis e os italianos, com quatro equipes, dominam geopoliticamente a disputa.
Uma nova final italiana figura como algo altamente possível. Outra decisão espanhola soa como um devaneio (mais fácil seria uma inédita final inglesa). Quatro fases de mata-mata, como a Copa do Mundo, favorecem os times mais competitivos, menos artísticos (leia-se italianos). Só há uma fase de grupos agora. Além de duas vagas nas oitavas-de-final, as chaves oferecem ao terceiro a chance de entrar na Copa da Uefa em fase adiantada. Como só os lanterninhas são de fato castigados, a briga promete seguir intensa até a última rodada.
Na temporada passada, os oito melhores times tinham carteirinha do G-14, grupo dos mais poderosos clubes europeus. Nas oitavas desta temporada, jogarão pelo menos cinco azarões (não-sócios do G-14), como La Coruña, Galatasaray, Panathinaikos, Chelsea e Lazio. O grupo do Real é o único que tem três membros da elite. Um desses, com sorte, tentará o troféu da Copa da Uefa (tudo indica que será o Olympique, pois o Porto está forte).
Juventus e Manchester United, dois dos mais sérios postulantes ao título maior, gostaram do sorteio porque não enfrentarão ainda rivais do G-14. Isso se deve muito a Barcelona e Liverpool, dois fundadores do grupo que pagam agora o caro preço de não ter se classificado para o torneio.
Milan e Inter, que alimentaram os críticos do calcio com aquela truncada semifinal, dificilmente deixarão de estar no mata-mata. O Bayern, outra potência que não pode ser descartada, garante ter aprendido a lição da temporada passada, quando naufragou logo na inicial fase de grupos.
Partizan e Brugge pintam até o momento como as grandes surpresas positivas devido às campanhas nas eliminatórias, mas Celtic e Chelsea talvez roubem essa condição já nessa fase de grupos.
Resumindo, a festa é de todos, mas será duro barrar o Real. Nem tanto pelo que vai acontecer em campo. Acontece que os holofotes e a programação das TVs estarão mais uma vez descaradamente concentrados no time de Madri.
Pensando assim, dá para dizer com tranquilidade que o Real Madrid será o campeão.

A nova Libertadores
Já incharam o torneio para 36 times com a fórmula maluca de Copa que era balão de ensaio. Novidade para 2005? Inchaço. Para 37 times!

A nova Copa Sul-Americana
Se o Santos fizer 3 a 1 no Flamengo, sorteio. Se Atlético-MG e Fluminense empatarem, pênaltis. Os critérios mudam ao longo do torneio.

O novo Mundial sub-17
Foi-se a época em que africanos dominavam. A semifinal latina mostrou a nova direção. Nem o afro-americano Adu salvou.
O novo Mundial feminino Milene? Brincadeira maior só se Marta for cortada.

E-mail rbueno@folhasp.com.br


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