São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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Luis Fabiano sai por 50% menos

São Paulo esperava receber US$ 20 milhões na venda do maior artilheiro, em média, da história do clube, mas aceitou proposta do Porto e levará só US$ 10 milhões pelo atacante

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo acertou a venda de seu maior artilheiro em média de gols por quase metade do valor que pretendia ganhar por ele. O atacante Luis Fabiano, 23, deve ser apresentado hoje ao Porto, de Portugal, atual campeão europeu.
O valor da negociação: cerca de US$ 11 milhões à vista, que devem ser depositados hoje na conta do clube do Morumbi. Desse valor, 10% -cerca de US$ 1 milhão- ficam com Luis Fabiano.
Durante os quase quatro anos em que ficou no São Paulo, ele marcou 118 gols em 160 jogos pelo clube. Com média de 0,74 gol por partida, ele é o maior artilheiro da história do São Paulo considerando a fundação do clube em 1935.
O presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, aguarda o fax do Porto para assinar a transferência do atleta. Hoje termina o prazo para inscrições de atletas para os torneios europeus.
Ontem, na cidade do Porto, Luis Fabiano assinou contrato com o clube de Portugal por cinco anos e salários de cerca de US$ 2 milhões por temporada. "Não contava mais com a possibilidade de me transferir nesse ano, mas a proposta foi muito boa tanto para o São Paulo quanto para mim. Sempre disse que gostaria de sair para atuar em um grande clube europeu", afirmou o atleta.
Os valores da transação, fechada ontem entre Gouvêa e o diretor do Porto Fernando Gomes, por telefone, ficaram bem aquém da expectativa são-paulina.
O clube esperava receber US$ 20 milhões pelo atleta. Para isso, até havia renovado neste ano o contrato dele até 2008.
Mas, de acordo com o presidente são-paulino, Luis Fabiano queria deixar o clube. Seduzido pela possibilidade de ganhar milhões de dólares, estava "forçando" sua saída do Morumbi.
"Ele mudou a postura dele e disse que queria ir embora. Não dá para pagar um jogador caro e insatisfeito", disse Gouvêa, que fora criticado pela venda do meia-atacante Kaká ao Milan, no ano passado, por US$ 8,2 milhões.
À época, o clube alegou que o contrato do atleta venceria no final de 2003 e, por isso, teve de aceitar o valor proposto.
Não é o caso de Luis Fabiano, que tinha mais quatro anos de contrato. "Mas não é bom para o clube segurar um funcionário que não quer mais trabalhar aqui", justificou Gouvêa, que não confirma os valores do negócio.
Durante a Copa América, o jogador chegou até a dizer que estava vendido para o Barcelona. Na época, o procurador dele, José Fuentes, disse que o São Paulo jamais conseguiria US$ 20 milhões.
"O mercado tem muita cautela com jogadores sul-americanos", afirmou o superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha. No caso de Luis Fabiano, ele ainda teve passagem apagada pelo Rennes, da França, clube que o vendeu ao São Paulo por US$ 2,1 milhões, em junho de 2002.
Antes de fechar com o Porto, o São Paulo já havia recebido proposta de US$ 10 milhões do Barcelona, mas o clube espanhol condicionou o pagamento de US$ 4 milhões a um bom desempenho do atleta. A Roma também sonhava com Luis Fabiano, chegou a oferecer cerca de US$ 15 milhões, mas queria pagar em três anos.


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