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Luis Fabiano sai por 50% menos
São Paulo esperava receber US$ 20 milhões na venda do maior artilheiro, em média, da história do clube, mas aceitou proposta do Porto e levará só US$ 10 milhões pelo atacante
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo acertou a venda de
seu maior artilheiro em média de
gols por quase metade do valor
que pretendia ganhar por ele. O
atacante Luis Fabiano, 23, deve
ser apresentado hoje ao Porto, de
Portugal, atual campeão europeu.
O valor da negociação: cerca de
US$ 11 milhões à vista, que devem
ser depositados hoje na conta do
clube do Morumbi. Desse valor,
10% -cerca de US$ 1 milhão-
ficam com Luis Fabiano.
Durante os quase quatro anos
em que ficou no São Paulo, ele
marcou 118 gols em 160 jogos pelo
clube. Com média de 0,74 gol por
partida, ele é o maior artilheiro da
história do São Paulo considerando a fundação do clube em 1935.
O presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, aguarda o
fax do Porto para assinar a transferência do atleta. Hoje termina o
prazo para inscrições de atletas
para os torneios europeus.
Ontem, na cidade do Porto, Luis
Fabiano assinou contrato com o
clube de Portugal por cinco anos e
salários de cerca de US$ 2 milhões
por temporada. "Não contava
mais com a possibilidade de me
transferir nesse ano, mas a proposta foi muito boa tanto para o
São Paulo quanto para mim. Sempre disse que gostaria de sair para
atuar em um grande clube europeu", afirmou o atleta.
Os valores da transação, fechada ontem entre Gouvêa e o diretor
do Porto Fernando Gomes, por
telefone, ficaram bem aquém da
expectativa são-paulina.
O clube esperava receber US$ 20
milhões pelo atleta. Para isso, até
havia renovado neste ano o contrato dele até 2008.
Mas, de acordo com o presidente são-paulino, Luis Fabiano queria deixar o clube. Seduzido pela
possibilidade de ganhar milhões
de dólares, estava "forçando" sua
saída do Morumbi.
"Ele mudou a postura dele e disse que queria ir embora. Não dá
para pagar um jogador caro e insatisfeito", disse Gouvêa, que fora
criticado pela venda do meia-atacante Kaká ao Milan, no ano passado, por US$ 8,2 milhões.
À época, o clube alegou que o
contrato do atleta venceria no final de 2003 e, por isso, teve de
aceitar o valor proposto.
Não é o caso de Luis Fabiano,
que tinha mais quatro anos de
contrato. "Mas não é bom para o
clube segurar um funcionário que
não quer mais trabalhar aqui",
justificou Gouvêa, que não confirma os valores do negócio.
Durante a Copa América, o jogador chegou até a dizer que estava vendido para o Barcelona. Na
época, o procurador dele, José
Fuentes, disse que o São Paulo jamais conseguiria US$ 20 milhões.
"O mercado tem muita cautela
com jogadores sul-americanos",
afirmou o superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio
Cunha. No caso de Luis Fabiano,
ele ainda teve passagem apagada
pelo Rennes, da França, clube que
o vendeu ao São Paulo por US$ 2,1
milhões, em junho de 2002.
Antes de fechar com o Porto, o
São Paulo já havia recebido proposta de US$ 10 milhões do Barcelona, mas o clube espanhol condicionou o pagamento de US$ 4 milhões a um bom desempenho do
atleta. A Roma também sonhava
com Luis Fabiano, chegou a oferecer cerca de US$ 15 milhões,
mas queria pagar em três anos.
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