São Paulo, quinta-feira, 31 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Técnico são-paulino ostenta o melhor aproveitamento de vitórias no Nacional e chega sempre às fases decisivas

Oliveira é o mais eficaz em Brasileiros

RODRIGO BUENO
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem muito barulho (fala sempre com calma), respeitando os adversários (costuma elogiar, às vezes até com excesso, os rivais) e ofuscado pelos próprios times que dirige (quase sempre fortes esquadrões), Oswaldo de Oliveira está fazendo definitivamente história no Campeonato Brasileiro.
Em apenas quatro anos como técnico na elite do futebol nacional, ele acumulou rapidamente vitórias, pontos e títulos. Ostenta o melhor aproveitamento de vitórias entre todos os técnicos que já fizeram um número significativo de partidas pelo Brasileiro.
Com a vitória do São Paulo sobre a Lusa, Oliveira somou seu 200º ponto no Brasileiro -hoje sua média é de 50 pontos por torneio. Foi a 58ª vitória do treinador no Nacional -saiu vitorioso de 54,2% dos jogos que disputou.
Logo em sua estréia, em 1999, levou o Corinthians ao título. No ano seguinte, comandou o Vasco às semifinais e foi demitido três jogos antes do título do time carioca. Na temporada passada, à frente de um Fluminense com elenco bem inferior aos de Corinthians e Vasco dos anos anteriores, terminou em terceiro lugar.
Neste ano, após ser criticado e ter seu cargo ameaçado no São Paulo, emplacou seis vitórias seguidas (Flamengo, Coritiba, Figueirense, Santos, Guarani e Lusa) e tenta quebrar o recorde de triunfos consecutivos de seu clube -a última vez que um time venceu oito partidas seguidas em Campeonato Brasileiro foi em 1999, o Corinthians de Oliveira.
O São Paulo venceu oito jogos seguidos duas vezes (1983 e 1986). Hoje, às 20h30, contra a Ponte Preta, inicia uma série de três partidas no Morumbi -depois pega Vasco e Vitória- que pode levar à quebra do recorde histórico.
Segundo o Datafolha, uma vitória são-paulina hoje acompanhada de combinação de resultados pode fazer o time de Oliveira ser o primeiro classificado às quartas.
"Não é questão de ser pé-quente. É mérito", diz Oliveira sobre o fato de seus times sempre estarem chegando às fases decisivas.
São pouquíssimos técnicos que conseguiram na história do Brasileiro obter um aproveitamento igual ou superior a 50% de vitórias -Mário Sérgio é outro, mas ele não alcança o são-paulino.
Telê Santana, Rubens Minelli e Pepe, campeões brasileiros no São Paulo, são exemplos de técnicos que tiveram sucesso no torneio, mas não alcançaram a façanha de vencer mais da metade dos jogos disputados no Nacional.
Oliveira tem minimizado a importância de recordes. "Temos que pensar só em vencer."
O meia Ricardinho, que estava com Oliveira na sequência de oito vitórias corintianas em 1999, também não deu importância à possibilidade de o São Paulo quebrar o recorde de triunfos seguidos.
"Quero entrar para a história com títulos. Ninguém lembra a escalação do time que ganhou oito jogos seguidos", disse.
Com Oliveira, o São Paulo voltou a ser o clube que mais fez gols na história do Brasileiro. Com os 40 deste ano (é o melhor ataque), já chegou a 1.106 gols -contando os oito que fez nos 6 a 1 no Botafogo e no 2 a 2 com o Inter em 1999, placares que foram modificados e depois referendados na Justiça.



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