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Prêmio desvaloriza no exterior, atletas reclamam de lesões e nenhum vencedor masculino corre
São Silvestre "pobre" perde prestígio e seus campeões
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ela já foi glamourosa, rica, prestigiada e concorrida. Mas hoje,
quando dá a largada para sua 78ª
edição, a São Silvestre encontrará
um cenário totalmente diferente
do que a consagrou como a mais
famosa prova de rua do país.
Uma premiação ligeiramente
desvalorizada no cenário internacional por causa da alta do dólar, a
falta de ex-campeão na prova
masculina e o fato de vários atletas estarem fora de suas formas físicas ideais são alguns dos problemas enfrentados pela edição deste
ano da competição.
Os vencedores, tanto na prova
masculina quanto na feminina,
levarão para casa casa R$ 17 mil,
equivalente a US$ 4.802. Ano passado, o campeão embolsava R$ 12
mil. Como o dólar estava cotado a
R$ 2,30, porém, o prêmio equivalia a US$ 5.217. A premiação em
dólar diminuiu em 8,6%.
Além disso, a organização decidiu ratificar uma decisão do ano
passado e não pagou cachês aos
atletas estrangeiros. A redução
nas despesas com hospedagem
oficializada em 2001 também foi
mantida. Antes do último ano, 70
corredores recebiam o benefício
de estadia gratuita. Em 2001 foram 30, 20 nacionais e 10 estrangeiros (que estiveram representando oficialmente seus países). A
fórmula segue igual neste ano.
Com as desistências de Émerson Iser Bem, último brasileiro a
triunfar no evento, em 1997, Ronaldo da Costa, vencedor em
1994, e do etíope Tesfaye Jifar, dono do título, a São Silvestre masculina terá pela primeira vez pelo
menos nos últimos 20 anos uma
largada sem nenhum campeão.
""Estão dando mais importância
a quem não veio do que a quem
veio. É só ver o currículo dos estrangeiros que trouxemos para
ver que qualquer um deles pode
ganhar", argumenta Júlio Deodoro, coordenador-geral da prova.
""O caso do [Émerson" Iser Bem
também mostra que os brasileiros
têm chance de vencer a prova. Poderia ter trazido mais 20 quenianos e sei que terminariam a prova
em posições intercaladas com os
brasileiros", conclui o dirigente.
E alguns destaques da prova
não estão no ápice da forma física.
É o caso do queniano Felix Limo, apontado como principal favorito ao título. O atleta reclama
de dores nas costas que surgiram
após uma corrida em Doha, no
Catar, disputada no início do mês.
"Minha condição física é uma
incógnita. Só vou saber se já estou
curado e pronto para vencer durante a prova", disse o queniano.
Os brasileiros também chegam
à corrida de hoje muito aquém de
suas melhores condições.
Vanderlei Cordeiro de Lima
queixou-se de não ter se recuperado do desgaste de ter participado da meia-maratona de Milão,
na Itália, no início do mês. ""Para
estar 100% fisicamente bem, teria
de ter corrido a meia-maratona
com uma antecedência de 45 dias
com relação à São Silvestre. Aí,
descansaria cinco e treinaria 40.
Mas como meu organismo reagiu
bem, esta semana decidi correr."
""Mas a parte internacional está
mais fácil em comparação com os
anos passados", analisa Lima.
A largada da prova masculina
está programada para às 17h.
A situação não é diferente no
evento feminino. Maria Zeferina
Balldaia, campeã em 2001 e que
normalmente seria apontada como favorita, definiu sua participação apenas na sexta-feira. Sem ritmo por ter ficado parada por causa de contusão, reconhece não estar nas melhores condições.
O brasiliense Marílson dos Santos, que afirma não ter feito preparação específica para a prova,
sofreu lesão no tendão de Aquiles
há mais ou menos uma semana.
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