São Paulo, segunda-feira, 01 de julho de 2002

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CINEMA

O ataque dos clones


Há muito tempo, em uma galáxia não muito distante, a história de rebeldes que lutavam para se libertarem de um império controlado pelas forças do mal criou um dos maiores fenômenos do cinema e um dos últimos grandes épicos de que se tem notícia: a saga "Star Wars". Mais do que uma história ou um conjunto de filmes, "Star Wars" -cujo "Episódio 2: O Ataque dos Clones" invade centenas de salas de cinema em todo o país a partir de hoje- criou um verdadeiro universo paralelo. Nele, fãs que se converteram à saga quando eram garotos (o "Star Wars" original estreou no Brasil em 1977) e hoje são trintões voltam a ser adolescentes enquanto os teens de hoje posam de sábios seguidores da filosofia do mestre Yoda. Mara Scoton, 34, gerente de importação da Gulliver, foi uma das pessoas que sucumbiram à paixão pelo filme logo depois de assistir ao primeiro rebento do cineasta George Lucas, em 1977. "É impressionante. Foi paixão à primeira vista, principalmente pelo Luke Skywalker [herói dos três primeiros filmes"." Como acontece com muitos fãs da saga, Mara passou de espectadora a colecionadora de objetos e livros relacionados à série. "Possuo três cópias da primeira trilogia em VHS. Tenho também pôsteres, 35 livros, enciclopédias visuais e dicionários. Sou louca pelas naves", diz, empunhando um sabre de luz digno de um autêntico cavaleiro Jedi. Como o último filme da trilogia original foi lançado em 1983 e o primeiro episódio da nova trilogia, "A Ameaça Fantasma", só em 1999, Mara teve de preencher esse hiato com os livros do universo expandido, que são histórias que se agregam às originais, todas autorizadas por George Lucas. Durante esse tempo, Mara também começou a participar de fãs-clubes. "Não tínhamos internet e nos correspondíamos por carta. Depois de 1997, quando foi lançada a edição especial do "Star Wars", nós já estávamos na rede, e os nerds se encontraram", conta Mara, que está ligada a dois sites de fãs, o Jedimania (www.jedimania.com.br) e o 501st (www.501st.com.br). A paixão pela saga contaminou a família. Ana Paula Scoton, 16, sobrinha de Mara também aderiu à força. "Só vi "A Ameaça Fantasma" no cinema, mas já tinha visto os outros três filmes com a minha tia", diz. Ana Paula conta também que até o vocabulário do filme entrou na sua vida. "A gente sempre fala "que a força esteja com você"." Às vezes, até nas amizades entra um pouco de filosofia Jedi. "Tem sempre uma amiga que você descobre que é do lado negro da força", diz a garota, que participa de reuniões de fãs desde 1999. Na semana passada, Ana Paula estava ajudando a tia a organizar uma dessas reuniões, que estava prevista para o último sábado. Quem for assistir ao novo filme da série poderá levar em conta a dica de Mara: "Vá vê-lo sem expectativa. Tente não comparar um filme com o outro. O primeiro foi há 25 anos, hoje é diferente, mas a magia está ali. É só relaxar e aproveitar".


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