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GAME ON
Eles só querem lucrar, e a gente, só se divertir
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
À procura do game perfeito... Esse é o
sonho de qualquer executivo da indústria de games do planeta. Todos sabem que estão sentados sobre uma mina
de ouro com rios de petróleo.
Entreter para enriquecer é o lema. Mas,
como criar um jogo que seja absoluto,
vendedor, e que ainda garanta o bônus
ao executivo no final do ano?
Eles têm tentado de tudo. Esportes, por
exemplo: todos sabem que futebol, futebol americano, basquete, corrida, tênis,
beisebol, vôlei e boxe já passeiam por
consoles há mais de uma década.
Suficiente? Pois os atletas de dedo podem se preparar para jogar sumô, críquete, ciclismo e até corrida de cavalos.
Mais ainda: a quase falecida Sega juntou-se à ESPN e fez o primeiro game de futebol americano em primeira pessoa. Isso
quer dizer que você escolhe um dos jogadores e vê o jogo pelo capacete do infeliz.
Com heróis, temos de tudo: da Marvel
e da DC Comics, ou seja, Homem-Aranha e Super-Homem e seus super-amigos. E agora tem Zorro e Robin Hood.
Será que teremos Lassie e Rin Tin Tin?
Coitado do game que dá certo! Vai ganhar versões até secar a fonte. Claro que
algumas continuações são muito melhores que o original, mas, em geral, a versão
cinco do game já é uma cópia esdrúxula
da ótima diversão que você conheceu.
Caros executivos, o game perfeito não
existe. Sejam originais e deixem a gente
se divertir. Pensem menos na propaganda e no trailer do jogo e mais na jogabilidade e no prazer de quem joga. O dinheiro virá por todos os lados.
Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br
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