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FOLHATEEN EXPLICA
Conclusões se aplicam apenas a fungos, não a seres humanos
Estudo sugere como o vinho pode prolongar a vida
DA "NEW SCIENTIST"
"In vino veritas" ("no vinho, a verdade"),
diz um antigo ditado latino. Além disso,
agora os cientistas tentam provar que o vinho
é uma espécie de elixir da juventude.
Segundo sugere um estudo realizado na
Universidade Harvard (EUA), uma molécula
encontrada em vinhos tintos provoca o mesmo efeito de prolongamento da vida que uma
dieta de baixas calorias em leveduras (uma espécie de fungo utilizado, entre outros, na produção da cerveja).
A descoberta pode servir de explicação para
os muito difundidos efeitos benéficos do consumo de vinho tinto. E, se forem obtidos resultados positivos em testes com mamíferos,
espera-se que a substância possa vir a ser usada em humanos no combate de doenças relacionadas ao envelhecimento.
"Setenta anos atrás, descobriu-se que uma
dieta reduzida de calorias ampliava a expectativa de vida em ratos. E, nos últimos 70 anos,
não nos cansamos de buscar explicações para
isso", disse o pesquisador David Sinclair, que
conduziu o estudo na escola de Medicina de
Harvard. "Dessa vez, mostramos que é possível controlar a longevidade com uma pequena molécula."
A chave química é um polifenol chamado
resveratrol, encontrado em uvas. Estudos feitos anteriormente já haviam mostrado que ele
poderia proteger contra doenças cardíacas,
mas sua capacidade de prolongar a longevidade em leveduras ainda está longe de poder
ser estendida a humanos. "Há uma enorme
distância entre leveduras e humanos", alerta
David Finkelstein, pesquisador do Instituto
Nacional de Envelhecimento, em Washington (EUA). "Mas isso, pelo menos, aponta
uma direção."
A restrição calórica em leveduras ativa uma
enzima chamada SIR2, que se acredita ser capaz de estender a longevidade por meio de
uma estabilização do DNA.
Sinclair e seus colegas encontraram um grupo de polifenóis capazes de ativar essa enzima
nas leveduras. A mais potente delas é o resveratrol, que amplia em cerca de 70% a sobrevida desses fungos.
Estudos sugerem que o resveratrol age como um antioxidante, eliminando os radicais
livres que causam danos às células. Mas Sinclair descobriu que esse composto não tem
grande efeito sobre leveduras.
"A expansão da expectativa de vida parece
depender mais da ativação da enzima SIR2",
ele explica. Sinclair também acredita que esse
processo é o responsável pelos efeitos benéficos do vinho tinto.
Enquanto isso, as pessoas podem tomar um
cálice de vinho no jantar, mas "é besteira dizer
que beber vinho todo dia vai fazer alguém viver até os 150 anos", brinca Finkelstein.
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