São Paulo, segunda-feira, 02 de janeiro de 2006

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MÚSICA

Banda vence festival independente com votação pela internet

Deu Canastra

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Nascida como a maioria das bandas -numa garagem, num quarto ou numa simples reunião de amigos de escola-, a Canastra enfrenta um desafio para 2006: após vencer o Oi Tem Peixe na Rede, festival de música independente com votação pela internet que rolou no ano passado, precisará manter o espírito de batalha que permeia sua trajetória, perguntando-se: "E agora, como será?".
Como prêmio, a banda ganhou um contrato com a Sony/BMG para gravar um CD, que deve sair até maio, mas não quer abandonar os sonhos e as dificuldades já enfrentadas na trajetória musical que levou seus integrantes ao posto de melhor grupo do festival entre 803 inscritos. "Se não tivéssemos vencido, tentaríamos fazer um novo CD. Estaremos na gravadora, mas nosso pensamento ainda será independente. A gente sabe que pode haver uma tentativa de influência artística, mas é como se tivéssemos nas mãos um bilhete premiado. Ganhamos uma chance de ter mais uma chance", diz o líder da banda, Renato Martins, 33, remanescente do Acabou La Tequila.
Desde sua criação, a banda gravou apenas um CD, "caseiro" e na "camaradagem" (com os devidos créditos aos amigos do Autoramas e do Matanza), que saiu praticamente de graça.
O Canastra se julga um grupo diferente. "Não que sejamos originais, porque há influências de vários anos de música, mas somos bem ecléticos", diz Martins.
Assim, sem muita definição, o Canastra se assume como uma espécie de "big band", com seis integrantes de 20 e 30 e tantos anos e uma formação de guitarra, bateria, trombone, sax, trompete e baixo acústico. "É música divertida, que remete a algo retrô, com muito de jazz e orquestra, meio country americano, meio folk, com um lado rockabilly, mas com influências de samba também", diz o vocalista.
É uma banda que, essencialmente, ganhou força em festivais, mesmo que tenham sido poucos espalhados pelo país. Só no ano passado, fizeram cerca de 30 shows. "Sinto-me decepcionado com o fato de não haver grandes festivais no eixo Rio-São Paulo, mas feliz por participar de outros que nos trazem muito retorno em Brasília, Goiânia e Recife."
Junto da música, o Canastra investe em performance e em visual. "Em festival, todo mundo se sente como cantor de churrascaria. Precisávamos chamar a atenção da platéia", conta, lembrando que encerra cada show em cima do corpo do baixo acústico.
O "Oi Tem Peixe na Rede" terá uma segunda edição neste ano. Que venham novas bandas!


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