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TELEVISÃO
Isso, isso, isso... "Chapolim" e "Chavez" completam 35 anos; por que as piadas repetidas, produção capenga e humor inocente permanecem no gosto de muitos adolescentes?
Não contavam com a minha astúcia
DA REPORTAGEM LOCAL
"Sigam-me os bons" e "não contavam com a minha astúcia" são
frases muito mais antigas do que
os adolescentes que ainda riem com as dezenas de piadas repetidas dos programas
"Chavez" (ainda em exibição) e "Chapolim
Colorado" ("extinto" por aqui desde setembro de 2003). Muito mais antigas ainda
que sua estréia no Brasil, em 1984.
Na verdade, os personagens estrearam na
TV mexicana como quadros de um programa humorístico de 1970. Isso, isso, isso... o
herói trapalhão e o pequeno órfão têm pelo
menos 35 anos de idade!
Os episódios são sempre os mesmos, as
piadas circulam pelo mesmo universo entre a inocência e a malícia, e a produção geral (cenários, figurinos, iluminação...) é de
péssima qualidade. Mas por que os adolescentes ainda racham o bico com os personagens do ator Roberto Gómez Bolaños?
"É diferente de todo o resto. Os outros tipos de humor são estereotipados. O "Chapolim" é único. Ninguém consegue imitar",
diz o estudante de jornalismo Lucas Ungaretti Francoio, 19, fã de Chavez e Chapolim.
A idade do seriado chega a assustar.
"Achei que fosse mais recente, dos anos 80.
Mas nunca perde a graça; é tão besta que
acaba sendo engraçado", conta o estudante
Fernando Valença, 17.
Há quem afirme que os personagens só
agradam aos meninos. "As meninas não
curtem porque não gostam de coisas trash.
Elas gostam de coisas fofinhas e bonitinhas", conta Henrique Marques Reginato,
15, que acha que vai gostar para sempre dos
personagens. "Tem de voltar a passar."
Contrariando a tese de Henrique está Jéssica Fernanda dos Santos Costa, 13, que
também sente muita falta de "Chapolim" na
TV. "Gosto de muita coisa fofa, mas não
significa que não goste do "Chapolim'",
afirma a estudante. "Não há nenhuma pessoa que não o conhece. Alguns pais acabam
ensinando os filhos a gostarem. Para quem
gosta, é sempre muito engraçado."
O jeito infantil e ingênuo do super-herói
mexicano foi o que conquistou a audiência
de Gabriella de Oliveira, 14, que, em geral,
não gosta de coisas "fofinhas". "Acho as
piadas engraçadas. Todo mundo precisa de
um pouco de comédia na vida."
Já o estudante André Anjo, 15, compara
"Chavez" e "Chapolim" com o principal
programa humorístico da MTV. "É simples
e mal feito. Pior que "Hermes e Renato".
Acho que eles se inspiram nele. É uma podreira."
(LEANDRO FORTINO)
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