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CINEMA
Depois do terror japonês, chegam os belos filmes da China para ameaçar a hegemonia das produções dos EUA
Invasão oriental
JOÃO PAPA
ESPECIAL PARA A FOLHA
Primeiro vieram os japoneses e fizeram uns filminhos de terror que tiraram algumas crianças da cama. O
mais conhecido (na versão adaptada e
enlatada americana) é "O Chamado".
Agora chega esse chinês de nome impronunciável com um filme com pretensões
assombrosas e, bom, ele tem talento...
Além de ter lutas bem tarantinescas, efeitos
especiais no melhor estilo "Matrix" e uma
história boa, "Herói" (de Zhang Yimou),
em cartaz em São Paulo, tem como carta na
manga as maravilhosas paisagens da China. Dá até vontade de ser enfático nessas
horas: MA-RA-VI-LHO-SAS.
Não estou desmerecendo "Matrix" e
muito menos Tarantino (até porque não dá
para falar mal de um cara que dirigiu "Kill
Bill" e "Pulp Fiction", né?), mas é difícil encontrar locações assim nos EUA.
Até porque nosso "querido" presidente
"eleito", George W. Bush, faz questão de
não preservar as florestas de lá (nem do resto do mundo), mas vamos fingir que não é
problema nosso, OK?
Só para ter uma idéia, a melhor locação
que o Tarantino já conseguiu filmar (a luta
de O Ren Ishi contra a Noiva, em "Kill Bill
vol.1") foi... adivinha onde?!!! No Japão!
O grande problema de "Herói" é exatamente esse. O filme não vai muito além das
imagens maravilhosas que apresenta na tela (o que já é, de longe, motivo suficiente
para gastar uns R$ 6 no cinema...). É tudo
muito bonito, mas a história não é tão surpreendente quanto tenta ser, as atuações
não são as melhores, nem a edição, nem todas essas coisas técnicas que todo ano premiam no Oscar e que todo ano algum apresentador tem que explicar o que significa.
Estamos sendo invadidos pelos orientais.
E, sim, o cinema que estão fazendo por lá
tem tanta qualidade quanto o que fazem
nos EUA (que não é lá essas coisas, mas diverte e ajuda a relaxar). Sinceramente, se
continuarem seguindo o nível de "Herói",
que tem problemas mas é bem legal, devemos passar a torcer por mais desses filmes
chineses.
João Papa, 17, é aluno do terceiro ano do ensino
médio
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