São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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CINEMA

Depois do terror japonês, chegam os belos filmes da China para ameaçar a hegemonia das produções dos EUA

Invasão oriental

JOÃO PAPA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Primeiro vieram os japoneses e fizeram uns filminhos de terror que tiraram algumas crianças da cama. O mais conhecido (na versão adaptada e enlatada americana) é "O Chamado".
Agora chega esse chinês de nome impronunciável com um filme com pretensões assombrosas e, bom, ele tem talento... Além de ter lutas bem tarantinescas, efeitos especiais no melhor estilo "Matrix" e uma história boa, "Herói" (de Zhang Yimou), em cartaz em São Paulo, tem como carta na manga as maravilhosas paisagens da China. Dá até vontade de ser enfático nessas horas: MA-RA-VI-LHO-SAS.
Não estou desmerecendo "Matrix" e muito menos Tarantino (até porque não dá para falar mal de um cara que dirigiu "Kill Bill" e "Pulp Fiction", né?), mas é difícil encontrar locações assim nos EUA.
Até porque nosso "querido" presidente "eleito", George W. Bush, faz questão de não preservar as florestas de lá (nem do resto do mundo), mas vamos fingir que não é problema nosso, OK?
Só para ter uma idéia, a melhor locação que o Tarantino já conseguiu filmar (a luta de O Ren Ishi contra a Noiva, em "Kill Bill vol.1") foi... adivinha onde?!!! No Japão!
O grande problema de "Herói" é exatamente esse. O filme não vai muito além das imagens maravilhosas que apresenta na tela (o que já é, de longe, motivo suficiente para gastar uns R$ 6 no cinema...). É tudo muito bonito, mas a história não é tão surpreendente quanto tenta ser, as atuações não são as melhores, nem a edição, nem todas essas coisas técnicas que todo ano premiam no Oscar e que todo ano algum apresentador tem que explicar o que significa.
Estamos sendo invadidos pelos orientais. E, sim, o cinema que estão fazendo por lá tem tanta qualidade quanto o que fazem nos EUA (que não é lá essas coisas, mas diverte e ajuda a relaxar). Sinceramente, se continuarem seguindo o nível de "Herói", que tem problemas mas é bem legal, devemos passar a torcer por mais desses filmes chineses.


João Papa, 17, é aluno do terceiro ano do ensino médio

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