São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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CINEMA

Conheça o filme mais alucinante de 2005, o coreano "Old Boy", que mistura mangá, games, violência, humor e um desfecho de arrepiar

Monstruoso!

LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

Como seria um filme ideal? Teria humor, violência, ação, terror, romance, vingança e mistério. Um toque de videogames também cairia bem, assim como coisas de vida cotidiana, como programas de mensagens instantâneas. Nada mal se ele fosse baseado em um mangá japonês. Um final surpreendente também seria básico.
"Old Boy", que estréia no dia 13 de maio, é assim. Por isso prepare-se para assistir ao filme mais sensacional do ano, daqueles de agarrar as mãos na poltrona do cinema e só soltá-la quando terminarem os créditos.
A produção sul-coreana de 2004, que ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, vai marcar para sempre a vida de quem a vê. Seja pelo desfecho de arrepiar, pela edição alucinante de imagens, pela história que prende ou pelo talento do diretor Chanwook Park de adaptar com perfeição o mangá japonês de mesmo nome.
O protagonista, Oh Dae-su, é um beberrão que é seqüestrado e preso em um quarto. Não faz idéia de onde esteja ou quem o encarcerou. Pela TV, descobre que a mulher foi assassinada, que sua filha vive com uma família sueca e que ele próprio estaria foragido. É dopado diariamente com gás de ópio. Passam 15 anos até ser libertado.
Nasce assim um monstro -segundo o próprio personagem-, faminto por vingança, que conhece a jovem Mido (uma típica ninfeta de mangás), por quem se apaixona à primeira vista. Os dois acabam descobrindo quem o aprisionou, mas o mais importante mesmo é descobrir o porquê. E ele tem apenas cinco dias para isso, ou a sua amada Mido morre.
"Old Boy" não é filme para quem tem estômago fraco. Cenas de Oh Dae-su comendo um polvo ainda vivo e se mexendo ou arrancando os dentes de um vilão com um martelo são impressionantes. Assim como quando ele usa esse martelo para surrar um bando de dezenas de homens armados com pedaços de pau.
Essa última cena especificamente lembra muito a de videogame de ação em 2D, do tipo "Double Dragon" (alguém lembra?), em que a câmera acompanha Oh Dae-su se movendo apenas da esquerda para a direita, indo e voltando.
A internet e os programas de mensagens instantâneas (tipo o Messenger) também têm papel importante no filme, afinal é por ele que o "monstro" conhece quem o aprisionou.
Aqui, não há o bem versus o mal, típico de filmes de ação hollywoodianos. Todo mundo tem, de certo modo, alguma culpa no cartório. E é somente no final que descobrimos que a sede de vingança vive dos dois lados, e o requinte em que uma delas é articulada é de deixar todos os dedos sem as pontas das unhas.
Prepare seus dentes para roê-las.


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