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CINEMA
Conheça o filme mais alucinante de 2005, o coreano "Old Boy", que mistura mangá, games, violência, humor e um desfecho de arrepiar
Monstruoso!
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Como seria um filme ideal? Teria humor, violência, ação,
terror, romance, vingança e
mistério. Um toque de videogames
também cairia bem, assim como
coisas de vida cotidiana, como programas de mensagens instantâneas.
Nada mal se ele fosse baseado em
um mangá japonês. Um final surpreendente também seria básico.
"Old Boy", que estréia no dia 13 de maio,
é assim. Por isso prepare-se para assistir ao
filme mais sensacional do ano, daqueles de
agarrar as mãos na poltrona do cinema e só
soltá-la quando terminarem os créditos.
A produção sul-coreana de 2004, que ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival
de Cannes, vai marcar para sempre a vida
de quem a vê. Seja pelo desfecho de arrepiar, pela edição alucinante de imagens, pela história que prende ou pelo talento do diretor Chanwook Park de adaptar com perfeição o mangá japonês de mesmo nome.
O protagonista, Oh Dae-su, é um beberrão que é seqüestrado e preso em um quarto. Não faz idéia de onde esteja ou quem o
encarcerou. Pela TV, descobre que a mulher foi assassinada, que sua filha vive com
uma família sueca e que ele próprio estaria
foragido. É dopado diariamente com gás de
ópio. Passam 15 anos até ser libertado.
Nasce assim um monstro -segundo o
próprio personagem-, faminto por vingança, que conhece a jovem Mido (uma típica ninfeta de mangás), por quem se apaixona à primeira vista. Os dois acabam descobrindo quem o aprisionou, mas o mais
importante mesmo é descobrir o porquê. E
ele tem apenas cinco dias para isso, ou a sua
amada Mido morre.
"Old Boy" não é filme para quem tem estômago fraco. Cenas de Oh Dae-su comendo um polvo ainda vivo e se mexendo ou
arrancando os dentes de um vilão com um
martelo são impressionantes. Assim como
quando ele usa esse martelo para surrar um
bando de dezenas de homens armados com pedaços de pau.
Essa última cena especificamente lembra muito a de videogame de ação em 2D, do tipo
"Double Dragon" (alguém lembra?), em que a câmera acompanha Oh Dae-su se movendo apenas da esquerda para a direita,
indo e voltando.
A internet e os programas de
mensagens instantâneas (tipo o
Messenger) também têm papel
importante no filme, afinal é por ele que o
"monstro" conhece quem o aprisionou.
Aqui, não há o bem versus o mal, típico
de filmes de ação hollywoodianos. Todo
mundo tem, de certo modo, alguma culpa
no cartório. E é somente no final que descobrimos que a sede de vingança vive dos dois
lados, e o requinte em que uma delas é articulada é de deixar todos os dedos sem as
pontas das unhas.
Prepare seus dentes para roê-las.
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