Depois de quase acabar (em briga), Jet volta com CD pesado e "caubói'; guitarrista falou com a Folha

DA REPORTAGEM LOCAL

O nome do novo single do Jet, "KIA (Killed in Action)", significa "morto em ação", em inglês. Foi o que quase aconteceu com a banda há dois anos, quando brigavam a ponto de sair na mão em plena turnê, contou o guitarrista Cameron Muncey por telefone à Folha. Felizmente, os quatro magrelos australianos superaram as rusgas e, em 25/8, voltam com novo CD, "Shaka Rock". Atente para "She's a Genious" e "La Di Da", potenciais herdeiras de "Are You Gonna Be My Girl?". (CHICO FELITTI)

 

FOLHA - Onde vocês estão agora?
CAMERON MUNCEY - Eu estou no banheiro. Hahaha. Estamos em um ônibus nos EUA, terminando uma turnê de duas semanas.

FOLHA - Por que o Jet ficou quase três anos sem gravar?
CAMERON - A gente começou a escrever as músicas [de "Shaka Rock"] há algum tempo. Quando a gente se junta, a coisa anda. Mas o difícil é estar junto.

FOLHA - Por que vocês anunciaram "férias" da banda em 2007?
CAMERON - A turnê do álbum anterior ["Shine On"] foi estranha. Não rolava o sentimento certo, a gente brigava muito, saía na porrada... É o contra-feitiço do sucesso. Nem todo mundo sobrevive a isso. Você tem que ter um tempo depois.

FOLHA - Como o rock de vocês difere do som de bandas de "roquinho"?
CAMERON - Não somos nada tímidos. Somos como a terra da Austrália, árida, mas sincera. Não há espaço para "bullshit" (bobagem), como os outros.

FOLHA - "Shaka Rock" é mais pesado do que "Shine On". É proposital?
CAMERON - É. Eu escrevi "Start the Show", com um esforço de fazê-la pesada para caramba. Depois de ouvir, acho que ficou muito bom. Gravamos na cidade do rock, Austin [Texas, EUA], longe dos produtores babacas de Los Angeles. É um puta CD caubói.

FOLHA - Já tocou "Are You Gonna Be My Girl?" no Guitar Hero?
CAMERON - Oh, yeah! Nem sei minha pontuação, porque estou sempre bêbado. O problema é quando alguém se sai melhor do que você em uma música sua. É mais difícil tocar no videogame do que de verdade!

FOLHA - Quando vêm ao Brasil?
CAMERON - Em breve queremos "fazer" a América do Sul.


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