São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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cinema

Terra-média de quintal

Fãs de "O Senhor dos Anéis" põem a mão na massa e recriam histórias de Tolkien em filmes amadores

DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fãs de "O Senhor dos Anéis", preparem-se: está na hora de colocarem suas fantasias de elfo no sol. Vocês vão precisar vesti-las mais algumas vezes, em breve.
Estreou ontem, na internet, a produção "The Hunt for Gollum" (www.thehuntforgollum.com), com 40 minutos de duração e um orçamento de menos de R$ 10 mil.
O filme, amador, foi rodado na Inglaterra em um esquema de doações e com voluntários. Foram dois anos entre roteiro e edição, e as gravações levaram cerca de 15 dias.
A história narrada é a da busca de Aragorn pelo monstrengo Gollum, aquele do "my preciousss". A inspiração veio de um trecho dos apêndices da trilogia a respeito dos anos que se passaram entre a história de Bilbo ("O Hobbit") e a de Frodo ("O Senhor dos Anéis").
Os livros, vale lembrar, foram escritos pelo inglês J. R. R. Tolkien (1892-1973). "O Senhor dos Anéis" foi filmado no começo desta década e marcou a história do cinema de fantasia medieval.
Foi tão marcante, aliás, que há outro filme amador ambientado na Terra-média com estreia na internet prevista para este ano: "Born of Hope" (www.bornofhope.com), que contará a história de Arathorn, pai de Aragorn.
Se você se animou com esses dois lançamentos, não se esqueça da adaptação de "O Hobbit", prevista para 2011 e 2012.
É, talvez seja melhor comprar uma fantasia de orc também, por via das dúvidas...
Ao lado, confira trechos da entrevista concedida à Folha, por e-mail, pelo diretor de "The Hunt for Gollum", Chris Bouchard, 27.

 

FOLHA - Por que você decidiu filmar "The Hunt for Gollum"?
CHRIS BOUCHARD
- Por ser um fã da série, dirigir um filme não lucrativo me deu a oportunidade de viver o sonho de fazer um filme baseado em uma história que amo.

FOLHA - Você não receberá nada pela adaptação?
BOUCHARD
- Nem um centavo! O filme será disponibilizado de graça na internet, então não receberemos nenhuma recompensa financeira por todo o tempo e dinheiro investidos.

FOLHA - Quanto dinheiro foi investido?
BOUCHARD
- O projeto foi sempre uma questão de ir além do que era possível com o orçamento. Fazer um filme colaborativo significa que você pode ter de graça coisas que custam muito dinheiro. Efeitos especiais, som, coreografia de lutas, tudo foi feito por voluntários e entusiastas.
Investimos 3.000 [mais de R$ 9.600], mas o orçamento é só uma fração do quanto o filme custou. Se tivesse sido feito profissionalmente, acredito que teria custado milhões de dólares.

FOLHA - Por que o Gollum?
BOUCHARD
- Junto a Gandalf e Aragorn, ele é um dos meus três personagens favoritos do livro. Todo mundo ama o Gollum.

FOLHA - Que reação você espera dos fãs?
BOUCHARD
- Não sei. Estou um pouco assustado, porque tenho certeza de que muitos encontrarão todo o tipo de motivo para odiar o filme.

FOLHA - E se Hollywood lhe oferecesse a oportunidade de fazê-lo de novo, dessa vez com orçamento "hollywoodiano"?
BOUCHARD
- Rá! Não vou esperar isso acontecer, com [Guillermo] del Toro filmando "O Hobbit".

FOLHA - Qual é a maior dificuldade, na hora de filmar um livro escrito por Tolkien?
BOUCHARD
- Figurino, objetos de cena, figurino... Eu já mencionei figurino? Ah, e locações também. Não há muita Terra-média sobrando em Londres hoje em dia, para as filmagens...


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