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cinema
Terra-média de quintal
Fãs de "O Senhor dos Anéis" põem
a mão na massa e recriam histórias
de Tolkien em filmes amadores
DIOGO BERCITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Fãs de "O Senhor dos
Anéis", preparem-se: está na hora de
colocarem suas fantasias de elfo no sol.
Vocês vão precisar vesti-las
mais algumas vezes, em breve.
Estreou ontem, na internet, a
produção "The Hunt for Gollum" (www.thehuntforgollum.com), com 40 minutos
de duração e um orçamento de
menos de R$ 10 mil.
O filme, amador, foi rodado
na Inglaterra em um esquema
de doações e com voluntários.
Foram dois anos entre roteiro
e edição, e as gravações levaram cerca de 15 dias.
A história narrada é a da busca de Aragorn pelo monstrengo
Gollum, aquele do "my preciousss". A inspiração veio de
um trecho dos apêndices da trilogia a respeito dos anos que se
passaram entre a história de Bilbo ("O Hobbit") e a de Frodo ("O
Senhor dos Anéis").
Os livros, vale lembrar, foram
escritos pelo inglês J. R. R. Tolkien (1892-1973). "O Senhor dos
Anéis" foi filmado no começo
desta década e marcou a história
do cinema de fantasia medieval.
Foi tão marcante, aliás, que há
outro filme amador ambientado
na Terra-média com estreia na
internet prevista para este ano:
"Born of Hope" (www.bornofhope.com), que contará a história de Arathorn, pai de Aragorn.
Se você se animou com esses
dois lançamentos, não se esqueça
da adaptação de "O Hobbit", prevista para 2011 e 2012.
É, talvez seja melhor comprar
uma fantasia de orc também, por
via das dúvidas...
Ao lado, confira trechos da entrevista concedida à Folha, por e-mail, pelo diretor de "The Hunt
for Gollum", Chris Bouchard, 27.
FOLHA - Por que você decidiu filmar "The Hunt for Gollum"?
CHRIS BOUCHARD - Por ser um fã
da série, dirigir um filme não
lucrativo me deu a oportunidade de viver o sonho de fazer um
filme baseado em uma história
que amo.
FOLHA - Você não receberá nada
pela adaptação?
BOUCHARD - Nem um centavo!
O filme será disponibilizado de
graça na internet, então não receberemos nenhuma recompensa financeira por todo o
tempo e dinheiro investidos.
FOLHA - Quanto dinheiro foi investido?
BOUCHARD - O projeto foi sempre uma questão de ir além do
que era possível com o orçamento. Fazer um filme colaborativo significa que você pode
ter de graça coisas que custam
muito dinheiro. Efeitos especiais, som, coreografia de lutas,
tudo foi feito por voluntários e
entusiastas.
Investimos 3.000 [mais de
R$ 9.600], mas o orçamento é
só uma fração do quanto o filme
custou. Se tivesse sido feito
profissionalmente, acredito
que teria custado milhões de
dólares.
FOLHA - Por que o Gollum?
BOUCHARD - Junto a Gandalf e
Aragorn, ele é um dos meus três
personagens favoritos do livro.
Todo mundo ama o Gollum.
FOLHA - Que reação você espera
dos fãs?
BOUCHARD - Não sei. Estou um
pouco assustado, porque tenho
certeza de que muitos encontrarão todo o tipo de motivo para odiar o filme.
FOLHA - E se Hollywood lhe oferecesse a oportunidade de fazê-lo de
novo, dessa vez com orçamento
"hollywoodiano"?
BOUCHARD - Rá! Não vou esperar isso acontecer, com [Guillermo] del Toro filmando "O
Hobbit".
FOLHA - Qual é a maior dificuldade,
na hora de filmar um livro escrito
por Tolkien?
BOUCHARD - Figurino, objetos
de cena, figurino... Eu já mencionei figurino? Ah, e locações
também. Não há muita Terra-média sobrando em Londres
hoje em dia, para as filmagens...
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