|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GAMEON
Casamento bom, mas meio forçado
ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Cinema e game andam cada vez mais
de mãos dadas. Antigamente, viviam
separados e flertavam após o sucesso de
um ou de outro. Hoje, o casamento já celebrado anda forte na balada.
Jogos e filmes são lançados simultaneamente, com os estúdios de games
tendo acesso aos roteiros junto com os
atores. Em alguns casos, como "Procurando Nemo", o game chegou antes do
filme, o que causou preocupação nos estúdios Disney, pois, se o jogador fosse
longe no game, saberia o final do filme.
"Enter the Matrix" apresenta história
paralela ao filme e foi criado pelos diretores Wachowski. Eles dizem que quem jogar saberá mais do universo do filme do
que quem apenas assisti-lo.
O problema é que mais do que a intenção de se fazer um ótimo jogo ou um
grande filme, os marqueteiros de plantão
pensam exclusivamente no modelo de
negócio. Dane-se o conteúdo, o que conta é estar em todas as mídias (cinema, game, TV e quadrinhos) e aproveitar ao
máximo o fôlego do produto para fazer
caixa. O resultado pode ser visto no novo
"Tomb Raider". Os estúdios Paramount
culpam a Eidos por ter feito um jogo que
não agradou aos gamers e por isso que o
filme não vai bem das pernas. Já a produtora de games acredita que o investimento no filme prejudicou o game.
Que tal fazer grana vendendo um bom
produto em vez de apostar que a molecada paga por qualquer coisa que seja
anunciada à exaustão?
A gente joga, consome e vai ao cinema.
Mas trouxa a gente não é.
Colaborou Fabio Silva
gameon@folha.com.br
Texto Anterior: 02 Neurônio - Jô Hallack/ Nina Lemos/ Raq Affonso: O celular a serviço do amor (ou da separação) Próximo Texto: Folhateen explica: Pesquisa detecta nicotina que vicia mais rápido Índice
|