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São Paulo, segunda-feira, 04 de agosto de 2003

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ESTANTE

Se o romance ganha por pontos, o conto deve ganhar por nocaute

LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA

O conto é um gênero moderno? Por um lado, ele é velhíssimo. Podemos remontar aos começos da literatura para falar dele. Há quem estabeleça a altura de 4.000 anos antes de Cristo para os primeiros contos. Em sentido mais preciso, porém, conto é coisa recente.
Ele ganha a cara que tem agora com Edgar Allan Poe (1809-1849). Foi ele quem detalhou a idéia de um texto breve, que faz tudo convergir para um desfecho poderoso. Bem depois, o argentino Julio Cortázar (1914-1984) popularizou a comparação entre a narração e o boxe: o romance ganha por pontos, mas o conto deve ganhar por nocaute.
Para ver tudo isso em ação, o que vale mesmo a pena é ler grandes contos, como os 12 contos de "Boa Companhia". Nele, 12 contistas brasileiros contemporâneos oferecem histórias que vão do delicado ao truculento, do realismo ao sonho. Os meus prediletos: o de Moacyr Scliar, uma brutal história em que meninos ricos e arrogantes matam até o sonho de um pobre, o sensível relato de Luiz Alfredo Garcia-Roza sobre o aprendizado da violência urbana, o conto policial de Heloísa Seixas, com suspense bem tramado, e a história fantasiosa de Reinaldo Moraes, espécie de roteiro para um filme de ação.


"Boa Companhia"
Autor: Vários
Editora: Companhia das Letras
Contato: 0/xx/11/3707-3500
Quanto: R$ 21



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