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ESPORTE
Medalha do Brasil nas Olimpíadas faz futebol feminino virar verdadeira mania nas escolas
Meninas com a bola toda
ISABELLE MOREIRA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
Você não pensa mais que futebol é
coisa só para meninos, não é verdade? A novidade agora é que a
medalha de prata conquistada pelas jogadoras brasileiras nas Olimpíadas está ajudando a transformar o esporte em verdadeira mania entre as adolescentes. Pouco
mais de um mês depois dos Jogos de Atenas, o futebol vem sendo cada vez mais
requisitado por estudantes durante as aulas de educação física das escolas.
"O futebol virou assunto das meninas
que jogam e das que não jogam também",
diz a professora de educação física do Colégio Visconde de Porto Seguro Mariangela Roschel, 43. Segundo ela, a procura
neste ano pelo esporte foi muito maior
que nos anos anteriores.
Já o chefe da seção técnica de futebol feminino do Centro Olímpico da prefeitura, Antônio Sérgio Barcellos, contou que a
procura pelos cursos de futebol da escola
aumentou 40% no último mês, ficando
em uma média de 25 interessadas por semana. Disse ainda que cerca de 90% das
meninas que treinam no centro querem jogar profissionalmente.
O Folhateen conversou com algumas
dessas jovens jogadoras e viu que as meninas estão ficando mesmo boas de bola. Algumas têm vontade de continuar jogando
quando acabarem a escola, até mesmo profissionalmente.
Em "início de carreira", a jogadora Juliana Lopes Roberto, 11, começou a treinar
pra valer neste ano como lateral do Colégio
Magister. A garota diz que é uma goleadora, mas não sabe se quer jogar profissionalmente. "Se o Brasil tiver um bom time no
futuro, eu posso até me tornar profissional", conta ela, que escolheu o ofício de veterinária como plano B.
Ana Carolina dos Santos Leal, 12, zagueira do time de Juliana, também não tem certeza se o futebol faz parte de seus planos para o futuro. O certo é que hoje, para ela, o
esporte é assunto sério. Ana joga futebol
duas vezes por semana durante uma hora e
meia na escola. Depois, ainda enfrenta partidas no condomínio e ainda cursa uma escolinha. Para ela, é preciso "treinar sempre
e ficar muito de olho no jogo e na bola".
Bola toda
A estudante do 3º ano do Mackenzie Luana Miessa, 17, foi precoce no futebol.
Aprendeu a jogar aos 6 e, aos 12, já era profissional. Hoje, joga futsal pela escola e, desde 2002, integra a seleção sub-19 de campo
do Uni Sant'anna.
Assim como Luana, a zagueira titular do
time do Colégio São Luís, Laís Libanori, 17,
também joga desde cedo. Na escola, Laís
treina há três anos com o mesmo time. O
entrosamento é tão grande que as jogadoras pensam em manter a equipe depois que
terminarem a escola. "Somos muito unidas. É uma relação forte, não só de jogo,
mas de amizade", explica. Para a menina, o
futebol feminino tem características particulares: "Acho que as meninas tem um jeito próprio, são mais sossegadas."
Pivô do mesmo time, Carla Nicolau Mattar, 17, cita o respeito como outra característica do esporte. Para Mariangela Roschel, as diferenças existem, mas as meninas
ainda têm que jogar mais para que seja desenvolvida uma "cultura própria".
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