São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2004

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Chuteira de menino para pé de menina

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao que tudo indica, esse é realmente o momento do futebol das meninas brasileiras. Depois da prata olímpica, as expectativas de quem joga e acompanha o esporte se viram para o Campeonato Paulista de futebol feminino profissional, previsto para acontecer no fim deste ano.
No entanto, apesar das boas perspectivas e do consenso de que quase não há mais preconceito contra o esporte, ainda há problemas. A falta de estrutura é o maior entrave.
Nas escolas, por exemplo, o esporte praticado pelas meninas é o futebol de salão, já que não há campos específicos. "Poucos colégios oferecem campos e há poucos clubes que aceitem meninas para treinar", diz o professor de educação física do Magister Rinaldo Sanches.
A professora de educação física e de futsal do Colégio São Luís, Paula Viotti Bastos, acredita que o incentivo para as adolescentes só existe dentro da escola. "Fora do colégio é péssimo. É só ver em que condições a seleção de futebol feminino foi para a Olimpíada."
Para Antônio Sérgio Barcellos, do Centro Olímpico, os equipamentos esportivos são o problema.
"Tudo o que é usado no futebol feminino, do calção à bola, é feito para homens. Por que não fazer para mulheres? Hoje há mais de 500 mil meninas praticando o futebol no país. Os empresários têm que abrir os olhos. O esporte é emergente hoje. Ainda dependemos da boa vontade das pessoas para ele ser de massa", diz Barcellos, que defende que o futebol feminino é o único a manter a "mágica" e o estilo brasileiro.


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