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Chuteira de menino para pé de menina
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao que tudo indica, esse é realmente o momento do futebol das
meninas brasileiras. Depois da prata
olímpica, as expectativas de quem joga e acompanha o esporte se viram
para o Campeonato Paulista de futebol feminino profissional, previsto
para acontecer no fim deste ano.
No entanto, apesar das boas perspectivas e do consenso de que quase
não há mais preconceito contra o esporte, ainda há problemas. A falta de
estrutura é o maior entrave.
Nas escolas, por exemplo, o esporte
praticado pelas meninas é o futebol
de salão, já que não há campos específicos. "Poucos colégios oferecem
campos e há poucos clubes que aceitem meninas para treinar", diz o professor de educação física do Magister
Rinaldo Sanches.
A professora de educação física e
de futsal do Colégio São Luís, Paula
Viotti Bastos, acredita que o incentivo para as adolescentes só existe dentro da escola. "Fora do colégio é péssimo. É só ver em que condições a seleção de futebol feminino foi para a
Olimpíada."
Para Antônio Sérgio Barcellos, do
Centro Olímpico, os equipamentos
esportivos são o problema.
"Tudo o que é usado no futebol feminino, do calção à bola, é feito para
homens. Por que não fazer para mulheres? Hoje há mais de 500 mil meninas praticando o futebol no país.
Os empresários têm que abrir os
olhos. O esporte é emergente hoje.
Ainda dependemos da boa vontade
das pessoas para ele ser de massa",
diz Barcellos, que defende que o futebol feminino é o único a manter a
"mágica" e o estilo brasileiro.
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