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Perdeu, bruxinho playboy!
CLEYBINHO, O "HARRY POTTER BRASILEIRO", NÃO PRECISA DE VARINHA NA ESCOLA DE CANDOMBLÉ
BRAULIO LORENTZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O escritor mineiro Leandro
Müller, 31, se apressa em diferenciar a saga do bruxinho
Harry Potter, da britânica J.
K. Rowling, daquela de seu
herói, Clebynho, nascido na
periferia do Rio de Janeiro.
"No Harry, é tudo formal,
há cobrança. Aqui, tudo é improvisado", compara o autor
de "Clebynho, o Babalorixá
Aprendiz" (ed. Palas).
O maior encanto de Clebynho, explica, não é encolher
pessoas ou meter a varinha
mágica onde não é chamado.
"A essência dele é aguentar a
vida dura", resume.
E quais seriam suas palavras mágicas? "Sempre me
vem a frase: "Sou brasileiro e
não desisto nunca". Ele precisava de algo especial."
Há passagens bem humoradas nesse primeiro volume. Quando descobre qual o
seu destino, Clebynho pergunta por um "trem enfeitiçado", mas corre para a Central do Brasil e pega o coletivo mesmo, como um mortal.
Quando a ideia surgiu, há
quatro anos, Müller já tinha
na cabeça quantos livros precisaria para traçar a história
do garoto: de nove a 14 títulos. O primeiro da saga apresenta o pequeno herói maltratado por sua tia-avó.
A história vai da infância
pobre no subúrbio, lendo
Machado de Assis, às primeiras lições de magia.
O segundo (ainda inédito)
traz Clebynho e o nó górdio,
que aborda uma reforma curricular na escola de candomblé, quando ela passa a aceitar seres mágicos nas classes.
Não é a primeira vez que o
escritor pega carona num
best-seller estrangeiro. "O
Código Aleijadinho", de
2006, foi lançado após um
ano de pesquisa em cidades
históricas mineiras. O enredo
revela mistérios semelhantes
aos do livro "O Código Da
Vinci", de Dan Brown.
Mas, se houvesse uma treta entre Harry e Clebynho,
quem levaria a melhor? Um
embate entre raios e uma fitinha do Nosso Senhor do Bonfim seria um páreo duro.
Espere para ver a animação com essa cena no YouTube, porque Müller já está trabalhando nisso...
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