São Paulo, segunda-feira, 04 de outubro de 2010

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Perdeu, bruxinho playboy!

CLEYBINHO, O "HARRY POTTER BRASILEIRO", NÃO PRECISA DE VARINHA NA ESCOLA DE CANDOMBLÉ

BRAULIO LORENTZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O escritor mineiro Leandro Müller, 31, se apressa em diferenciar a saga do bruxinho Harry Potter, da britânica J. K. Rowling, daquela de seu herói, Clebynho, nascido na periferia do Rio de Janeiro.
"No Harry, é tudo formal, há cobrança. Aqui, tudo é improvisado", compara o autor de "Clebynho, o Babalorixá Aprendiz" (ed. Palas).
O maior encanto de Clebynho, explica, não é encolher pessoas ou meter a varinha mágica onde não é chamado. "A essência dele é aguentar a vida dura", resume.
E quais seriam suas palavras mágicas? "Sempre me vem a frase: "Sou brasileiro e não desisto nunca". Ele precisava de algo especial."
Há passagens bem humoradas nesse primeiro volume. Quando descobre qual o seu destino, Clebynho pergunta por um "trem enfeitiçado", mas corre para a Central do Brasil e pega o coletivo mesmo, como um mortal.
Quando a ideia surgiu, há quatro anos, Müller já tinha na cabeça quantos livros precisaria para traçar a história do garoto: de nove a 14 títulos. O primeiro da saga apresenta o pequeno herói maltratado por sua tia-avó.
A história vai da infância pobre no subúrbio, lendo Machado de Assis, às primeiras lições de magia.
O segundo (ainda inédito) traz Clebynho e o nó górdio, que aborda uma reforma curricular na escola de candomblé, quando ela passa a aceitar seres mágicos nas classes.
Não é a primeira vez que o escritor pega carona num best-seller estrangeiro. "O Código Aleijadinho", de 2006, foi lançado após um ano de pesquisa em cidades históricas mineiras. O enredo revela mistérios semelhantes aos do livro "O Código Da Vinci", de Dan Brown.
Mas, se houvesse uma treta entre Harry e Clebynho, quem levaria a melhor? Um embate entre raios e uma fitinha do Nosso Senhor do Bonfim seria um páreo duro.
Espere para ver a animação com essa cena no YouTube, porque Müller já está trabalhando nisso...


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