DA REDAÇÃO

Na manhã do penúltimo sábado, 26/10, o mundo assistiu horrorizado ao fim do sequestro de cerca de 700 pessoas, entre as quais muitos adolescentes, que foram mantidas reféns por terroristas tchetchenos em um teatro de Moscou (Rússia).
No saldo da operação de resgate, cerca de 50 sequestradores foram mortos. Junto com eles, pelo menos 116 dos reféns também morreram, inclusive dois atores de 13 anos que faziam parte do elenco da peça que estava sendo representada quando teve início a ação dos terroristas.
As mortes da maioria dos reféns foram provocadas por um gás usado na operação com o objetivo de deixar os sequestradores inconscientes, o que permitiu às forças policiais invadir o teatro e libertar as vítimas.
Na semana passada, depois de sofrer pressões internacionais para revelar qual composto químico havia utilizado na operação, o governo russo cedeu e anunciou que se tratava do fentanil.
A substância, um opiáceo de ação rápida, é um derivado da morfina e é comumente utilizado por toxicômanos (que a chamam de "super-heroína") por que seus efeitos são semelhantes aos da heroína, só que centenas de vezes mais potentes.
A substância também é utilizada como analgésico em cirurgias e em pacientes que sofrem de dor crônica. O principal inconveniente de seu uso está no fato de provocar depressões respiratórias.
Entre outros efeitos relatados do uso do fentanil podem ser pressão baixa, suor excessivo, coceiras, náuseas, vômitos, sonolência, dificuldade para engolir, rigidez muscular, alucinações e delírios.
O fentanil foi sintetizado na Bélgica no final dos anos 50 e, segundo uma associação de luta contra as drogas, nos EUA cerca de 12 derivados deste medicamento são produzidos em laboratórios clandestinos.
Segundo o ministro da Saúde da Rússia, Yuri Shevchenko, as mortes ocorreram porque o composto foi usado em pessoas que estavam em um ambiente com pouco oxigênio, desidratadas, com fome, que não podiam se movimentar adequadamente e que estavam sob forte estresse.