São Paulo, segunda-feira, 05 de abril de 2004

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GAME ON

Americanos querem seduzir mercado japonês

ANDRÉ VAISMAN
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Microsoft avisou que não vai lançar game portátil pra concorrer com o N-Gage da Nokia, com o PSP da Sony ou com os vários aparelhos da Nintendo. Força total no Xbox. O console da Microsoft já é segundo colocado nos EUA e vê suas vendas na Europa crescerem com rapidez. O preço caiu pra US$ 140.
Recentemente, numa conferência de produtoras na Califórnia, o vice-presidente do Xbox, Peter Moore, acabou com os japoneses. Acusou as empresas locais de falta de criatividade e de olharem apenas para o próprio umbigo. "Na última Tóquio Game Show eu pensei ter visto o mesmo jogo mais de 15 vezes. Era sempre um cara com uma espada na mão correndo de um lado pro outro", disse o executivo do Xbox.
É claro que o ataque se explica. Nintendo e Sony dominam o riquíssimo mercado japonês, e os americanos querem uma fatia desse bolo. Não será simples. No Japão, os jogos são diferentes, os gostos são outros, e Nintendo e Sony são verdadeiros ícones nacionais. Ver gringos do peso de uma Microsoft entrando com bom preço e bom equipamento no mercado local não é exatamente o sonho das companhias japonesas.
Por outro lado, empurrar jogos americanos rotulando as preferências orientais de exóticas não parece muito promissor. De um jeito ou de outro, os japoneses vão ter que abrir a cabeça e os olhos, e os americanos vão ter que fechar os olhos e aprender a respeitar a cultura alheia. Quem mandou globalizar?


Colaborou Fabio Silva


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