DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes identificam o que eles podem ajudar a melhorar na sua escola e colocam as mãos na massa: organizam grêmios, criam jornais e rádios comunitárias, fazem festas. Parece um programa de prevenção de drogas? Não, mas é. O Folia (Formação de Líderes de Atitude) se baseia no princípio de que a melhoria no ambiente da escola funciona como uma rede protetora.
"Trabalhamos a valorização da auto-estima dos jovens para reforçar a estrutura psicológica deles. Depois, eles viram multiplicadores", diz a psicóloga Celina Andrade Pereira, coordenadora-executiva do Folia. O projeto, premiado internacionalmente, é uma iniciativa da Uniad (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp.
Neste ano, 30 jovens de 5ª a 8ª séries de escolas públicas foram selecionados. Durante três dias, eles vão participar de gincanas, dinâmicas de grupo e assistir a palestras. Depois, durante o ano, vão se reunir uma vez por semana com os coordenadores do programa para discutir o que está sendo feito.
Mário Sérgio Rio Branco, 15, que já participou do Folia, afirma que o projeto ajudou a mudar a cara da escola. "Os alunos ganharam voz ativa. A direção começou a se interessar mais", diz. Ele ajudou a organizar a rádio da escola, que tocava música nos intervalos. A classe mais limpa tinha o direito de escolher a programação.
Cesar Vinicius Corandim, 15, que também participou, diz que aprendeu a conviver melhor com usuários de drogas. "Não adianta falar para eles pararem, é melhor chamar para participar das atividades."
Segundo Celina, o programa toma o cuidado de não incentivar o exemplo negativo da liderança. "A gente trabalha a importância de ouvir o outro. Explicamos que líder não é quem tem muito poder, mas sim aquele que consegue agregar pessoas para fazer as coisas acontecerem." (ALESSANDRA KORMANN)


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