São Paulo, segunda-feira, 05 de junho de 2000 |
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TECNO Está meio sem fundos para comprar um micro zerado? Corra para as bocadas em busca de um usado Panela velha é que faz comida boa e barata
ALEXANDRE VERSIGNASSI
Nos últimos tempos, falou-se a torto e a direito que o
preço dos computadores iria cair bastante. Mas não
foi o que aconteceu. Uma máquina nova continua custando aquilo que sempre custou: uns R$ 1.500.
Só que hoje, com os processadores de 1 Ghz chegando, alardeia-se que um micro de 400 Mhz é o mínimo
para as funções mais elementares, um "pé-de-boi" digital. Claro que é tudo balela. Afinal, nem todo mundo vai
usar a máquina para projetar foguetes.
O problema é que as versões menos potentes, que servem muito bem para escrever textos e entrar na rede,
saem de linha muito cedo. Então, para quem vive na
pendura, a alternativa é partir para o mercado de computadores usados.
Se você mora em São Paulo, tem um endereço certo
para garimpar essas coisas: a Boca do Lixo, ou seja, os
arredores da velha rua Aurora, no Centro. Entre as
prostitutas 24h e os teatrinhos pornô, dá para encontrar, por exemplo, um Pentium 233 MMX de segunda
mão, completo, por cerca de R$ 1.000. Está certo que,
até há pouco tempo, ele era considerado um Audi TT
com mouse, e agora é desprezado como uma Variant
chumbada. Pura injustiça. Esse micro pode não rodar
direito programas com gráficos pesados, mas não desaprendeu a fazer o que fazia.
Se for só para acessar a Internet, dá para arranjar um
equipamento usado por mais ou menos R$ 800 (na loja
Natwin; r. Vitória, 162, tel. 0/xx/11/221-0130). Nesse caso, seria um Pentium 100 Mhz, com 16 Mbytes de memória RAM, modem de 33 Kbps e um disco rígido minúsculo -540 Mbytes. Mas cuidado. Nesse caso, o
computador terá tantas limitações que, talvez, valha
mais a pena esperar e juntar mais dinheiro. Mas tudo
depende do uso que você pretende fazer do micro.
Já para computadores usados que chegam muito perto da potência de um zero bala, é melhor apertar o cinto
e esperar até ter condições de comprar um novo. É que
os lojistas tentam ganhar muito em cima e sua economia pode não passar de R$ 200. Com um agravante: os
usados não costumam vir com programas instalados.
Tudo bem que, na Boca do Lixo, a pirataria de software role tão solta quanto o baixo meretrício. É normal ouvir camelôs bradando: "Ó o ófice dois mil! É Déhr
Real!". Mas é melhor não arriscar. Muitos desses programas são copiados de versões beta, que vêm com falhas em relação às que vão para o mercado. E, se der algum problema, você vai ter que reclamar com o bispo.
E-mail - aversignassi@uol.com.br
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