São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2005

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Greenday, inspiração brasileira

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR

Viu que o Green Day se deu muito bem na entrega do VMA, o prêmio da MTV americana, na semana passada? Ninguém dava mais bola para os quase velhinhos da região de Berkeley, perto de San Francisco (EUA), mas os caras foram lá e detonaram. O vídeo superpremiado foi o da música "Boulevard of Broken Dreams", que, entre outros, levou o prêmio mais cobiçado de todos, o de melhor vídeo (ou clipe, como se diz no Brasil) escolhido pelo público.
O Green Day, você sabe, é um grupo punk. Quer dizer, mais ou menos. Dependendo de por onde a gente olha, não dá para negar que tem o carimbo punk ali. Só guitarra, baixo e bateria, caras que tocam rápido e alto... O cantor até finge sotaque inglês, para ficar ainda mais com jeito de punk londrino.
Mas o Green Day, é claro, é muito mais melódico do que aquele punk sujão, tradicional, da virada dos anos 70/80. A comparação mais óbvia é com o Weezer, com o Offspring... Todo mundo mais ou menos da mesma geração.
O último disco do Green Day, "American Idiot", é de 2004. Li críticas muito favoráveis, mas não sabia que eles ainda estavam tão por cima assim (Tre, Billy Joe e Mike não engordaram muito, ainda têm cabelo... isso tudo ajuda).
E, se continuam bombando nos EUA, no Brasil os caras são simplesmente deuses. Se não fosse o Green Day, será que existiriam CPM 22, Leela, Pitty e similares menos conhecidos? É claro que não.
Um amigo que trabalha com revista de música conta que, para vender, CPM na capa é tiro e queda. E praticamente todos os nomes do novo rock brasileiro vêm dessa linhagem que por aqui se chama de melódica.
Mesmo de longe, dá para a gente sacar que, nos EUA, o sucesso do último CD do Green Day têm muito a ver com o momento político. As coisas estão muito polarizadas por lá, o Green Day tem uma clara atitude anti-Bush e antiguerra... Mas, aqui no Brasil, talvez a explicação seja outra. Brasileiro gosta mesmo é de melodia e de histórias simples de amor. Forçando um pouco, talvez dê para dizer que brasileiro... não gosta de rock. A não ser que venha embalado pelas melodias dos trintões do Green Day. Eles nem sabem, mas fizeram vários estragos aqui na latitude sul.

PLAY - www.greenday.com
Nada mau o site dos caras. Três vídeos disponíveis "de grátis", altas informações atualizadas e navegação facílima. Vá lá!

PLAY - Revista "Paste"
Conheci há pouco e é do estilo que eu gosto. Alternativa, mas não dirigida só a nerds. O site dá uma boa idéia: www.pastemagazine.com.


EJECT - Governo da Louisiana
Não é nada legal ver afundar New Orleans, uma das cidades mais musicais do mundo e a menos americana das cidades americanas.


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