São Paulo, segunda-feira, 05 de setembro de 2005

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MÚSICA

A banda The Rasmus lança disco de canções melancólicas e conta ao Folhateen por que não gosta do rótulo de boy band

Claro e escuro

Divulgação
A banda finlandesa The Rasmus, que lança o sexto CD, "Hide from the Sun"


DANIEL BUARQUE
DA REDAÇÃO

Eles só se tornaram conhecidos mundialmente no ano passado, com o quinto CD, "Dead Letters", lançado mais de oito anos depois da criação da banda. No novo álbum, "Hide from the Sun", lançado neste mês, os finlandeses do Rasmus assumem um tom mais pesado na música e, nas letras, se aprofundam na melancolia. Mas por que um grupo de jovens roqueiros da Finlândia é tão triste?
Em entrevista ao Folhateen por telefone, de sua casa, em Helsinque, o vocalista Lauri Ylönen, 26, conta por que não gosta que digam que o Rasmus é uma boy band.

 

Folha - Qual a história do Rasmus?
Lauri Ylönen -
Estudávamos juntos no colégio e nos reunimos porque gostávamos de bandas como Metallica e Guns N'Roses. Nos primeiros oito anos fizemos shows apenas na Finlândia. Muita gente pensa que esse, na verdade, é apenas nosso segundo disco. É engraçado, mas muito natural, já que a maioria dos outros nem sequer foi lançada fora da Finlândia.
Folha - Como a banda mudou nos últimos tempos?
Ylönen - Foi nossa primeira banda e tentamos muitos estilos diferentes até encontrarmos nossa cara. Fomos mudando e tomamos a forma que temos hoje, um som escandinavo: melódico, triste e melancólico, com canções pegajosas.
Folha - E o que mudou por causa do sucesso?
Ylönen -
Em relação à música não mudamos muito. Pessoalmente, nos tornamos mais céticos, mais assustados com tudo.
Folha - O sucesso trouxe problemas?
Ylönen -
Não gosto do fato de que nossos rostos são mais reconhecidos que nossas músicas. Ficamos com raiva porque alguns países promovem nossa banda como boy band, grupo de garotos bonitinhos.
Folha - E por que tanta melancolia?
Ylönen -
Eu gosto da melancolia. É um sentimento belo o de estar triste e feliz ao mesmo tempo. Tento alcançar esse sentimento. É muito comum quando estamos em turnê. Ao mesmo tempo estamos muito cansados, com saudades das pessoas que amamos, mas muito felizes. É indescritível.
Folha - O novo CD é mais obscuro?
Ylönen -
Já ouvi muito isso, mas discordo. Já fomos chamados de góticos. Para mim, gótico é Sisters of Mercy, Joy Division. Gostamos de fazer o contraste entre claro e escuro na música. Pode ser visto como romântico também, mas o que vence é a melancolia. É a mesma fórmula do disco anterior. Talvez estejamos um pouco mais pesados, no geral, mas também trazemos algumas canções leves, fáceis.


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