|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTERNETS
Ronaldo Lemos - ronaldolemos09@gmail.com
Encontrando ídolos
Adoro os textos da Mayra Dias Gomes, vizinha aqui
de caderno, especialmente quando ela descreve
encontros com ídolos. Algo parecido aconteceu comigo na semana passada. Encontrei o economista
Amartya Sen, que é ganhador do Prêmio Nobel de Economia. Entre outras coisas, é um dos maiores pensadores
sobre a questão da fome, até porque presenciou a morte
de 3 milhões de famintos em Bangladesh, quando criança. Impressiona as pessoas pedindo para tirar fotos com
ele -como se fosse um rockstar, com aura diferente.
A razão do encontro foi pensar o impacto da tecnologia para países em desenvolvimento. Afinal, como computadores, celulares e internet podem ajudar a melhorar a vida das pessoas? E o brilhantismo de Amartya se
revela em frases simples como: "A importância de usar a
tecnologia para o desenvolvimento é que coisas inesperadas acontecem".
É verdade. Grandes mudanças tecnológicas geralmente acontecem de maneira não planejada. Por exemplo, foi a partir do Kazaa, rede de compartilhamento de
arquivos, que surgiu o Skype. Os mesmos executivos de
gravadoras contrários ao Kazaa hoje provavelmente
usam felizes o Skype para conversar com suas matrizes
na Europa e nos EUA.
Na África, com a difusão dos celulares, surgiram serviços de transferência de dinheiro por SMS, como o
M-Pesa ("pesa" significa dinheiro em swahili). O serviço
é usado em países como o Quênia e a Tanzânia, mudando a vida de muita gente.
Para que isso aconteça é preciso que a tecnologia permaneça aberta para a inovação. Fico preocupado quando vejo decisões da Justiça no Brasil condenando softwares (como o K-Lite Nitro) pelos usos que as pessoas
fazem dele, como aconteceu no Paraná. Ou quando vejo
projetos de lei que tornam ilegal a possibilidade de as
pessoas reinventarem as tecnologias que usam.
Assim a inovação não acontece. E o Brasil fica parado
como consumidor, e não protagonista do inesperado.
MONITOR
JÁ ERA
A China como
lugar "exótico"
JÁ É
Invasão da China
no cinema e nas
artes plásticas
JÁ VEM
Invasão da China
na música pop
(bit.ly/Izce)
Texto Anterior: Fale com a gente Próximo Texto: Gastronomia: 51 anos em 3 minutos Índice
|