São Paulo, segunda-feira, 05 de outubro de 2009

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Plantação de crédito

Filhos de agricultores criam "banco" rural no PE

DO ENVIADO A GLÓRIA DO GOITÁ (PE)

Nem todo adolescente que se diz feliz em morar no campo quer necessariamente trabalhar na lavoura. Pensando nisso, três jovens de Glória do Goitá criaram uma opção improvável para si, a de empreendedores do mercado financeiro.
Daisy Correia, 24, Lilian do Prado, 25, e Manasséis Braz, 23, tinham menos de 18 anos quando fizeram um curso de empreendedorismo em uma escola agrícola, em 2001.
Naquele ano, a escola entregou R$ 10 mil a seus 120 alunos para que eles aplicassem como quisessem. "A turma decidiu então criar um fundo para emprestar dinheiro a quem não conseguiria pegar com os bancos", diz Lilian.
Aos poucos, os alunos daquela turma se dispersaram, mas o trio perseverou e formou uma ONG, em julho, que lhes paga salário mensal. Todo o restante do dinheiro é reemprestado a outros empreendedores.
A operação começou com empréstimos de R$ 100 a R$ 1.000, com juros de 2% ao mês -bem abaixo da média de juros do mercado, de 5%.
Mais do que apenas emprestar dinheiro, os três ajudam as pessoas a pensar o negócio, para que tudo dê certo. E dá. Tanto que, segundo eles, só 1,6% atrasa os pagamentos.
Até 2007, os juros fizeram o total de R$ 56 mil que receberam em doações se transformar em um capital de R$ 111 mil. Eles já emprestaram para mais de 3.500 pessoas e hoje o montante de R$ 240 mil financia 400 empreendimentos.
Agora, esses jovens banqueiros querem mais. "Temos uma fila de espera de um mês, porque hoje é muito difícil conseguir empréstimo para oferecer microcrédito", diz Lilian.


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