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Plantação de crédito
Filhos de agricultores criam "banco" rural no PE
DO ENVIADO A GLÓRIA DO GOITÁ (PE)
Nem todo adolescente
que se diz feliz em morar no campo quer necessariamente trabalhar na lavoura. Pensando nisso, três jovens de Glória do Goitá criaram
uma opção improvável para si,
a de empreendedores do mercado financeiro.
Daisy Correia, 24, Lilian do
Prado, 25, e Manasséis Braz, 23,
tinham menos de 18 anos quando fizeram um curso de empreendedorismo em uma escola agrícola, em 2001.
Naquele ano, a escola entregou R$ 10 mil a seus 120 alunos
para que eles aplicassem como
quisessem. "A turma decidiu
então criar um fundo para emprestar dinheiro a quem não
conseguiria pegar com os bancos", diz Lilian.
Aos poucos, os alunos daquela turma se dispersaram, mas o
trio perseverou e formou uma
ONG, em julho, que lhes paga
salário mensal. Todo o restante
do dinheiro é reemprestado a
outros empreendedores.
A operação começou com
empréstimos de R$ 100 a
R$ 1.000, com juros de 2% ao
mês -bem abaixo da média de
juros do mercado, de 5%.
Mais do que apenas emprestar dinheiro, os três ajudam as
pessoas a pensar o negócio, para que tudo dê certo. E dá. Tanto que, segundo eles, só 1,6%
atrasa os pagamentos.
Até 2007, os juros fizeram o
total de R$ 56 mil que receberam em doações se transformar
em um capital de R$ 111 mil.
Eles já emprestaram para mais
de 3.500 pessoas e hoje o montante de R$ 240 mil financia
400 empreendimentos.
Agora, esses jovens banqueiros querem mais. "Temos uma
fila de espera de um mês, porque hoje é muito difícil conseguir empréstimo para oferecer
microcrédito", diz Lilian.
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