São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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MÚSICA

Trio paulista Thee Butchers" Orchestra lança EP nos EUA

Blues punk para ensurdecer

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao final de uma das várias músicas incendiárias que compõem o repertório do trio paulista Thee Butchers" Orchestra, Adriano Butcher, um dos dois guitarristas da banda, sintetizou em um desabafo ao microfone parte da experiência que é estar ao lado dos amplificadores durante um show da banda: "Nossa, achei que fosse morrer. Aí, passou".
Foi exatamente o impacto certeiro do blues punk eletrificado do trio que fez com que uma das bandas mais queridas do circuito independente do país colocasse as asinhas para fora do Brasil.
Depois de computarem dois álbuns lançados no Brasil, os Butchers tiveram o compacto "In Glorious Rock" n" Roll" lançado nos Estados Unidos, pela gravadora Estrus, a mesma de Man or Astroman?, Mooney Suzuki e Watts. O compacto marca uma nova fase na trajetória do trio. Além do lançamento no exterior, é o primeiro disco da banda não produzido por um de seus integrantes, mas por Dan Kroha, do Demolition Doll Rods, que o TBO acompanhou em sua turnê brasileira.
Seduzido pela performance inflamada por duas guitarras e uma bateria -comandadas por Marco (vocal e guitarra), Adriano (guitarra) e Rodrigo (bateria), todos com sobrenome Butcher-, Dave Crider, o dono da gravadora, já programou uma turnê para os Butchers a partir de março do ano que vem, quando a banda faz as malas para passar uma temporada de seis meses nos EUA.
"Já faz algum tempo que estamos planejando essa viagem. Vamos aproveitar para fazer contatos, divulgar os discos da banda e vender o nosso peixe", conta Marco Butcher.
O peixe, atualmente, é o lindo EP em vinil cor-de-rosa que leva o mesmo nome do segundo álbum do grupo e que traz três músicas: "Right Now", a faixa-título, e uma regravação de "Break it Up".
"Lançamos o EP só em vinil. Isso é muito comum nos EUA. É uma forma mais viável e barata de lançar músicas. E ainda por cima é muito mais bonito: lembra aqueles discos de historinhas da infância ou os compactos dos Beatles do tempo da vovó", brinca.
Como dá para imaginar, com duas guitarras -uma aguda e uma grave- e nenhum baixo, o TBO consegue um som cheio, sujo e violento. Pega o blues dos anos 50 e 60 e eletrifica nos 220 volts. Flerta com garage rock, mas não abraça tal estética. "Estamos em 2003 e não tem cabimento sairmos por aí vestidos de Mutantes", critica Marco.
A trajetória do TBO mostra que o som do trio está cada vez mais direto e cru. "Estamos no processo inverso, usando cada vez menos tecnologia de estúdio. Nosso primeiro disco tinha DJ, metais e scratches. Este último foi todo gravado ao vivo", explica Marco. "Dá para fazer boas melodias e boas canções com o mínimo possível. A gente toca onde tem tomada e pronto."
Tem alguma aí?


Os discos do Thee Butchers" Orchestra podem ser adquiridos através do e-mail ordinary@uol.com.br.


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