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MÚSICA
Trio paulista Thee Butchers" Orchestra lança EP nos EUA
Blues punk para ensurdecer
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao final de uma das várias músicas
incendiárias que compõem o repertório do trio paulista Thee Butchers" Orchestra, Adriano Butcher,
um dos dois guitarristas da banda,
sintetizou em um desabafo ao microfone parte da experiência que é
estar ao lado dos amplificadores durante um show da banda: "Nossa,
achei que fosse morrer. Aí, passou".
Foi exatamente o impacto certeiro
do blues punk eletrificado do trio
que fez com que uma das bandas
mais queridas do circuito independente do país colocasse as asinhas
para fora do Brasil.
Depois de computarem dois álbuns lançados no Brasil, os Butchers tiveram o compacto "In Glorious Rock" n" Roll" lançado nos Estados Unidos, pela gravadora Estrus, a mesma de Man or Astroman?, Mooney Suzuki e Watts. O
compacto marca uma nova fase na
trajetória do trio. Além do lançamento no exterior, é o primeiro disco da banda não produzido por um
de seus integrantes, mas por Dan
Kroha, do Demolition Doll Rods,
que o TBO acompanhou em sua
turnê brasileira.
Seduzido pela performance inflamada por duas guitarras e uma bateria -comandadas por Marco
(vocal e guitarra), Adriano (guitarra) e Rodrigo (bateria), todos com
sobrenome Butcher-, Dave Crider, o dono da gravadora, já programou uma turnê para os Butchers a
partir de março do ano que vem,
quando a banda faz as malas para
passar uma temporada de seis meses nos EUA.
"Já faz algum tempo que estamos
planejando essa viagem. Vamos
aproveitar para fazer contatos, divulgar os discos da banda e vender o
nosso peixe", conta Marco Butcher.
O peixe, atualmente, é o lindo EP
em vinil cor-de-rosa que leva o mesmo nome do segundo álbum do
grupo e que traz três músicas:
"Right Now", a faixa-título, e uma
regravação de "Break it Up".
"Lançamos o EP só em vinil. Isso é
muito comum nos EUA. É uma forma mais viável e barata de lançar
músicas. E ainda por cima é muito
mais bonito: lembra aqueles discos
de historinhas da infância ou os
compactos dos Beatles do tempo da
vovó", brinca.
Como dá para imaginar, com
duas guitarras -uma aguda e uma
grave- e nenhum baixo, o TBO
consegue um som cheio, sujo e violento. Pega o blues dos anos 50 e 60 e
eletrifica nos 220 volts. Flerta com
garage rock, mas não abraça tal estética. "Estamos em 2003 e não tem
cabimento sairmos por aí vestidos
de Mutantes", critica Marco.
A trajetória do TBO mostra que o
som do trio está cada vez mais direto e cru. "Estamos no processo inverso, usando cada vez menos tecnologia de estúdio. Nosso primeiro
disco tinha DJ, metais e scratches.
Este último foi todo gravado ao vivo", explica Marco. "Dá para fazer
boas melodias e boas canções com o
mínimo possível. A gente toca onde
tem tomada e pronto."
Tem alguma aí?
Os discos do Thee Butchers" Orchestra podem ser adquiridos através do e-mail
ordinary@uol.com.br.
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