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Sexo & saúde
Jairo Bouer
Uma dica de cinema
Mais uma boa oportunidade para entender melhor como as drogas entram na vida das pessoas é o filme
"Johnny e June", que estréia nesta
sexta-feira em São Paulo.
Vencedor do Globo de Ouro de melhor filme na
categoria musical ou comédia em 2006, "Johnny e
June" conta a história de Johnny Cash, um dos músicos mais populares dos EUA nos anos 50 e 60, e de
sua paixão pela também cantora June Carter.
A vida de Johnny sinalizava um grande potencial
para problemas emocionais: uma culpa carregada
desde a infância, dificuldades com um pai autoritário, uma personalidade insegura, um relacionamento sempre em crise, um deslumbramento com as facilidades trazidas pelo sucesso, desilusões amorosas, tudo isso acabou aproximando o cantor das
drogas, da bebida e de comportamentos cada vez
mais destrutivos.
Para fugir das suas angústias, para tentar esquecer
o que estava errado, para sonhar com o que parecia
impossível, Johnny Cash passou a usar cada vez
mais comprimidos que alteravam suas emoções. Dependente das drogas e com problemas
com a família, com os amigos e
com seu talento musical, ele
chegou ao "fundo do poço".
O fim de um casamento, o
distanciamento das filhas, o cancelamento
das turnês, uma passagem pela prisão, nada
era suficiente para que
o cantor conseguisse
abandonar as drogas e
vencer os problemas.
O destino de Johnny
Cash, como tantos outros astros da música
pop, poderia ter sido trágico e
precoce. Mas não é essa a história que a gente vê na tela! Por
razões que justificam ver o filme, ele consegue superar sua
dependência e resgatar sua auto-estima.
Como se não bastasse a interessante discussão sobre drogas que o filme traz, as interpretações de Reese Whiterspoon
(June) e Joaquin Phoenix
(Johnny), indicados respectivamente para melhor atriz e melhor ator no Oscar 2006, são
fantásticas. Além de atuar, eles
cantam bem! Está aí a dica da
coluna para este começo de
ano! Não perca.
Jairo Bouer, 40, é médico
@ - jbouer@uol.com.br
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