São Paulo, segunda-feira, 06 de fevereiro de 2006

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Tudo de bom

Eles estão no futuro

Na Inglaterra, não se fala em outra coisa: como uma banda que mal tocou em rádio consegue ir direto para o primeiro lugar da parada britânica? E, de quebra, bater o recorde de disco de grupo estreante que mais cópias vendeu no primeiro fim de semana de seu lançamento? Os responsáveis pela façanha atendem pelo nome Arctic Monkeys, ou, em português, macacos árticos, e o disco se chama "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not".
A verdade é que, desde 2003, esses ingleses de Sheffield já eram muito bem conhecidos do público antenado na cena das bandas que lançam dezenas de músicas pela internet e, em vez de proibir, incentivam os internautas a baixar suas músicas sem nenhum pudor.
Desse jeito eles antecipam um futuro que todo mundo já previa e que pode significar o fim das gravadoras. Afinal, se elas serviam para mostrar para o público novidades da música, a internet conseguiu revelar o despreparo e a distância que elas têm do gosto dos consumidores de rock nos dias de hoje.
Se fosse essa a única contribuição que os Arctic Monkeys dessem para a música, já estaria bom demais. Mas a internet não dá talento a quem não tem. O rock deles é honesto e bebe em fontes recentes e não em clássicos: há a crueza do White Stripes, o som dançante do Franz Ferdinand, o carisma dos Strokes e até pitadas do querido e desgastado britpop. Bem-vindos ao futuro. (LEANDRO FORTINO)

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