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MÚSICA
Nelly Furtado, premiada com um Grammy, faz show hoje em SP
A nova diva do pop narcotizante
DA REPORTAGEM LOCAL
Num artigo para a revista "New
Yorker", o escritor Nick
Hornby, de "Alta Fidelidade", disse que algumas vezes no ano ele
grava uma fita para tocar no carro.
Uma fita cheia de canções que ele
foi amando nos meses que antecederam a gravação. Uma das músicas citadas por ele é "I'm Like a
Bird", da Nelly Furtado.
"Sempre serei grato a Nelly Furtado por criar em mim esse narcótico efeito de me fazer ouvir sua
canção repetidamente", escreveu.
Nelly, 23, nem sabe direito quem
é Nick Hornby, mas não se surpreendeu com o fato de ter arrebatado os ouvidos do escritor. "'I'm
Like a Bird" é uma canção muito
popular. É uma canção simples
que escrevi com violão e voz e
agrada a crianças e a pessoas mais
velhas, de 20 e poucos anos", diz a
canadense de ascendência portuguesa que ganhou o Grammy de
melhor performance feminina
neste ano e se apresenta hoje à noite no DirecTV Music Hall.
Nelly diz que mostrará aos brasileiros as músicas de seu disco de
estréia, "Whoa, Nelly!", mas que o
show será mais vivo e terá mais
energia que o disco. "Estou muito
influenciada pela música brasileira, pelo samba e por outros ritmos
e isso também aparecerá", disse a
cantora por telefone, do México.
Entre os brasileiros que fazem a
cabeça da garota estão Tom Jobim,
Tom Zé, Milton Nascimento, Martinho da Vila e Caetano Veloso.
"Adoro "Tropicália" e gostaria de
fazer uma gravação com algum
grande nome da música brasileira.
Na verdade, queria cantar com o
Caetano", diz Nelly, que já fez até
aulas de capoeira no Canadá.
Essa ligação com o Brasil pode
ser explicada pela ascendência da
cantora. Filha de imigrantes portugueses, quando criança, Nelly só
gostava de fados e de canções folclóricas de Portugal. Uma amostra
disso é a bela "Onde Estás".
Segundo Nelly, a música está em
seu sangue. "Aos oito anos, cantava na igreja com minha mãe. Meu
avô era maestro de um banda e tocava todo tipo de instrumentos:
trombone, trompete, clarineta e
corneta... Meu bisavô também era
compositor", conta.
Mas, na adolescência, depois de
aprender a tocar trombone, violão
e cavaquinho, a preferência de
Nelly se voltou para o rhythm &
blues e para o hip hop.
Suas primeiras apresentações foram com a banda de hip hop Nelstar, aos 16 anos. Mais tarde, por influência de seu irmão, começou a
ouvir o rock britânico de bandas
como Pulp e Radiohead.
Esse caldo eclético de influências
desembocou num pop gostoso,
muitas vezes romântico. "Quem
não gosta de amor?", diz a bela
cantora, que confessou estar sem
namorado e acha mais difícil ter
um relacionamento depois da fama. "A mídia quer saber de tudo.
Se eu arrumar um amor, será escondido", diz. Quem quiser tentar,
é só conferir o show de hoje à noite.
(GUILHERME WERNECK)
Nelly Furtado se apresenta hoje no DirecTV Music Hall, às 21h30. Censura: 14
anos. Ingressos: de R$ 30 (pista) a R$ 50
(camarote). Meia-entrada: de R$ 20 (pista)
a R$ 40 (camarote)
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