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Ver INXS em SP é mais caro que em Las Vegas
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O institucionalizado truque do preço
promocional provoca fenômenos pop
bem engraçados, se é que dá para rir dessa mais nova modalidade do "jeitinho
brasileiro".
Esse mesmo INXS, cujo preço "real"
pelo ingresso chega a bater na abusiva
casa dos R$ 90 (o que faz a entrada para
estudantes sair por R$ 45), faz de São
Paulo uma cidade mais cara que Las Vegas, no quesito "shows", e sem levar em
conta o custo de vida dos dois lugares.
No templo dos cassinos dos EUA, na
casa de espetáculos House of Blues,
quem quiser ver a desfalcada banda australiana em junho irá desembolsar em
dólares o equivalente a R$ 72.
Em Nova York, para o show no Beacon
Theatre também no mês que vem, é preciso gastar um pouco mais para ver o
grupo que não mais conta com o vocalista e líder Michael Hutchence, morto em
1997. Ver INXS sem Hutchence equivale
a assistir a uma partida da seleção brasileira desfalcada dos dois Ronaldos, Romário e Rivaldo.
Em dinheiro brasileiro, o ingresso nova-iorquino vale R$ 84, quantia ainda assim inferior aos R$ 90 estabelecidos pelo
paulistano Via Funchal, o preço que na
verdade não deve nem existir.
Caso recente ajudou a ser minúsculo o
público que conferiu a apresentação do
grupo inglês Charlatans, no Olympia, no
último dia 22. Cerca de mil pessoas viram a banda, que costuma lotar arenas
no Reino Unido.
É que foi divulgado pela imprensa que
a entrada para ver o grupo de britpop
custava R$ 70, preço que nunca se justificou, uma vez que o ingresso "cheio"
nunca foi cobrado por um valor maior
que R$ 40, o "preço promocional", mesmo minutos antes de o show começar.
O preço do ingresso no Olympia, por
mais incrível que possa parecer, é quase
o mesmo cobrado para um minifestival
que acontecerá no mês que vem em um
grande parque de Londres, envolvendo o
mesmo Charlatans.
Mas lá no Reino Unido, embutido no
valor da entrada do Charlatans, está o direito de ver também, "de quebra", o
show da megabanda Oasis, a atração
principal do evento.
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