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ESTANTE
Mulheres entram em greve de sexo, e homens têm de aceitar a paz
LUÍS AUGUSTO FISCHER
ESPECIAL PARA A FOLHA
Imagine todas as mulheres de alguma região em guerra, todas se negando a dar carinho e a fazer sexo
com os homens enquanto eles continuarem a guerrear. Pense bem:
mulheres judias e mulheres palestinas, todas elas boicotando os machos guerreiros. Se não fizerem a
paz, nada feito.
Acha loucura? Então considere
que essa idéia, transformada em
texto para teatro, tem aproximadamente 2.400 anos e ocorreu na cabeça privilegiada de Aristófanes, um
autor de comédias que viveu mais
ou menos entre 455 a.C. e 374 a.C.
Tudo se passa em plena guerra entre Atenas e Esparta, as duas cidades
mais representativas da Grécia clássica, a primeira dedicada à sofisticação intelectual, a segunda, às atividades físicas. As duas passam quase
30 anos em guerra e nisso se exaurem. Aí acontece de Lisístrata, mulher que dá nome à peça, ter a idéia
de convocar as outras, de todas as
cidades gregas, para uma greve de
sexo contra os homens, que insistem naquela demência.
Dá pra imaginar a graça das cenas,
os duplos sentidos, os trocadilhos
-as lanças dos homens ficam em
pé, as mulheres fraquejam e querem
atendê-las. E tudo isso traduzido
por gente entendida na matéria e
adaptado para a linguagem atual,
sem excesso. E mais ainda: uma belíssima introdução, com tudo o que
você precisa saber para ler com gosto essa bela história e, quem sabe,
montar a peça na escola.
"Lisístrata ou A Greve do
Sexo"
Autor: Aristófanes
Tradução: Antônio Medina
Rodrigues
Editora: 34
Quanto: R$ 18
E-mail: fischerl@uol.com.br
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