São Paulo, segunda-feira, 06 de maio de 2002

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ESTANTE

Mulheres entram em greve de sexo, e homens têm de aceitar a paz

LUÍS AUGUSTO FISCHER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Imagine todas as mulheres de alguma região em guerra, todas se negando a dar carinho e a fazer sexo com os homens enquanto eles continuarem a guerrear. Pense bem: mulheres judias e mulheres palestinas, todas elas boicotando os machos guerreiros. Se não fizerem a paz, nada feito.
Acha loucura? Então considere que essa idéia, transformada em texto para teatro, tem aproximadamente 2.400 anos e ocorreu na cabeça privilegiada de Aristófanes, um autor de comédias que viveu mais ou menos entre 455 a.C. e 374 a.C.
Tudo se passa em plena guerra entre Atenas e Esparta, as duas cidades mais representativas da Grécia clássica, a primeira dedicada à sofisticação intelectual, a segunda, às atividades físicas. As duas passam quase 30 anos em guerra e nisso se exaurem. Aí acontece de Lisístrata, mulher que dá nome à peça, ter a idéia de convocar as outras, de todas as cidades gregas, para uma greve de sexo contra os homens, que insistem naquela demência.
Dá pra imaginar a graça das cenas, os duplos sentidos, os trocadilhos -as lanças dos homens ficam em pé, as mulheres fraquejam e querem atendê-las. E tudo isso traduzido por gente entendida na matéria e adaptado para a linguagem atual, sem excesso. E mais ainda: uma belíssima introdução, com tudo o que você precisa saber para ler com gosto essa bela história e, quem sabe, montar a peça na escola.

"Lisístrata ou A Greve do Sexo"

Autor: Aristófanes
Tradução: Antônio Medina Rodrigues
Editora: 34
Quanto: R$ 18

E-mail: fischerl@uol.com.br


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