FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A SAN JOSÉ (EUA)

Não estraga dizer, logo assim de cara, que o mocinho do filme "Megamente" morre. É, pelo menos, o que acontece com o super-herói Metroman no início da nova animação da DreamWorks.
O vilão cabeçudo, magrelo e azul, chamado Megamente, ganha o poder da cidade Metrocity, mas fica entediado.
Afinal, que graça tem ser do mal se não há ninguém do bem com quem lutar?
Mas ele nem sempre foi vilão. E a história dá um nó na cabeça de quem está acostumado às tramas tradicionais de mocinhos e bandidos.
"O filme é sobre um personagem que tem uma boa alma, mas é rotulado como vilão por sua aparência. A vida vai tirando ele dos trilhos", disse o diretor Tom McGrath, numa visita ao estúdio da DreamWorks na Califórnia.
"Mesmo que você estrague toda a sua vida, nunca é tarde para mudar", continuou ele, que também dirigiu os dois filmes "Madagascar".
O longa tem um terceiro personagem com superpoderes, Titan, que disputa com o vilão a repórter Roxanne, a mocinha da história.
"Nossa visão de estereótipos de super-heróis era: e se o vilão e o herói tivessem status de astros do rock? Tínhamos em mente Elvis Presley e Alice Cooper", contou McGrath, fã de Darth Vader.
Para criá-los, deixaram o conforto dos estúdios e foram para uma academia de ginástica fazer vídeos para entender o funcionamento dos músculos.
Também estudaram paraquedistas e fizeram testes numa tirolesa para ver como funciona uma capa real.
Metrocity, baseada em capitais de todo o mundo, foi um trabalho digital meticuloso. "Queríamos uma cidade tangível, não fantasiosa", disse o técnico de efeitos especiais Philippe Denis.
"Levamos seis meses para fazê-la, e outros nove meses para destruí-la nas cenas de ação." disse Denis.