São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010 |
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OPINIÃO Sociedade segura é a que dá perspectiva para os jovens MARCELO FREIXO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Quem são as principais vítimas da violência no Rio de Janeiro? Não há dúvida: jovens pobres, negros, das favelas, da periferia, de baixíssima escolaridade. Um negro tem três vezes menos chance de chegar aos 19 anos do que um branco. Caracteriza-se assim um genocídio: estima-se que, em cinco anos, mais de 30 mil jovens terão morrido à bala. Antes mesmo de perder a vida, já terão perdido o sentido dela. Não costumam carregar ideologias ou sonhos. Precisamos encerrar esse ciclo. Sociedade segura não é a que tem muita polícia, mas a que garante perspectiva de vida para seus jovens. Investir em políticas públicas para a juventude, educação de qualidade, saúde, lazer, oportunidades. E propor um programa de anistia que crie outro futuro possível para quem hoje está no crime. Tudo isso é muito mais barato e eficaz do que o gasto público com presídios. Nossas prisões são lugares muito caros para só tornar as pessoas piores. Não passam de fábricas de monstrificação. São as prisões da miséria. É o decreto da pena de morte social. Trancafiar por um, dois, três anos, jovens que, na maioria, cometeram delitos leves significa o mesmo que abrir mão de suas vidas. E é preciso construir agora outro futuro para o Brasil. Marcelo Freixo, 43, deputado estadual (PSOL-RJ), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Texto Anterior: Jogo sem fim Próximo Texto: Por que eles querem sair do tráfico? Índice | Comunicar Erros |
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