São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

MONSTRUOSA ADOLESCÊNCIA

ARTISTAS FAZEM TIRINHA COLETIVA PARA O FOLHATEEN DURANTE FEIRA INTERNACIONAL DE QUADRINHOS

DIOGO BERCITO
ENVIADO ESPECIAL A ANGOULÊME (FRANÇA)

Os termômetros marcaram 0ºC durante o 38º Festival Internacional de HQs. O evento, que ocorreu de 27 a 30 de janeiro, é o maior do mundo nessa área.
Durante essa friaca, o Folhateen preparou um cadáver delicioso. Não se assuste: esse é o nome de um jogo surrealista. A ideia é fazer um desenho coletivo sem saber o que tinha sido rabiscado antes.
Assim, o quadrinista congolês Alix Fuilu começou uma tirinha sobre o tema "adolescência". Em seguida, o francês Baru continuou a história baseado apenas no último quadrinho de Fuilu.
Apesar de os quadrinistas terem desenhado com uma margem de incerteza, o resultado se ateve ao tema. Retrata a adolescência como um período de transformações, às vezes assustador.

ALIX FUILU, 47
Fundador da Afro-Bulles, associação que reúne quadrinistas africanos. "Queremos ajudar artistas a encontrar editoras", explica. Alix se mudou para a França aos 25 anos para tentar a sorte. Ele iniciou a história para o Folhateen com lápis roxo

BARU, 63
Foi o vencedor do grande prêmio de Angoulême em 2010 e curador da edição deste ano. É um dos grandes nomes das HQs franco-belgas. Ele publicou, nos anos 80, "Quéqette Blues", de cunho social, retratando o universo dos jovens operários. Usou caneta nanquim e lápis amarelo e vermelho

CHARLIE ADLARD, 44
Apesar de desenhar há décadas, Charlie ficou famoso por "The Walking Dead", gibi de zumbi que virou série de TV em 2010. "Uau, vou continuar um trabalho do Baru", animou-se. E reaproveitou o lápis amarelo "para os leitores saberem que é o mesmo personagem"

JOHN PHAM, 36
O artista de origem vietnamita é uma das promessas indie dos EUA. Seu estilo é sistemático e cheio de linhas retas e diagramas, em referência ao trabalho do quadrinista Chris Ware ("Jimmy Corrigan"). Aqui, ele se arriscou em linhas curvas. Fez questão de usar as próprias canetas porosas

JOSÉ VILLARRUBIA, 49
Colorista da editora Marvel, notável por trabalhos como o de "Promethea", de Alan Moore. "As boas cores são aquelas de que o leitor gosta"', filosofa. Mas critica ilustradores que "pintam com o arco-íris". Brincou com o laranja, o azul e o verde.


Texto Anterior: Querido diário
Próximo Texto: Jovens peregrinos
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.