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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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GAME ON

Quem tem medo dos games esquece a TV

Fernando Moraes - 11.set.02/Folha Imagem
Clientes na rede de LAN houses Monkey


ANDRÉ VAISMAN
FREE -LANCE PARA A FOLHA

Os games ameaçam a integridade física e mental de quem joga? O senador Valmir Amaral (PMDB-DF) pensa que sim e propôs um projeto de lei que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente para que sejam adotadas providências para impedir a entrada de crianças e de adolescentes nas LAN houses: "Faz-se mister que o poder público aja de forma segura, controlando e supervisionando a diversão para evitar excessos que prejudiquem os jovens...". Tem razão o senador? Antigamente, os fliperamas da cidade é que eram satanizados por pais, mestres e afins. O fliperama era coisa de marginal desocupado.
Mas a pergunta é: tem razão o senador? Em parte, tem. Quando ele se utiliza da palavra excesso, acerta em cheio. Quando a justificativa ameaça esbarrar na violência dos jogos, vira só demagogia. Tudo em excesso é roubada. De game a comida, do fanatismo pelo seu time ao extremismo político, excesso faz mal.
Confesso que por conta de games já matei em excesso. Na vida real, nunca peguei numa arma. Sem contar irmãos, nunca soquei ninguém. E conheço grandes matadores virtuais que agem como monges budistas na vida real.
O excesso realmente atrapalha e deve ser controlado. E bem que poderíamos começar pela TV brasileira. A imensa maioria das crianças e adolescentes do Brasil não vão a LAN houses. No fim da tarde, assistem em casa aos excessos dos programas populares que anunciam a violência explícita e desmedida. E o pior, tudo real, ao vivo e em cores.


Colaborou Fabio Silva
@ - gameon@folha.com.br



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