RICARDO TIBIU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A união entre filmes de terror B, quadrinhos, cultura trash e Ramones resulta numa banda de rock morbidamente divertida. Formada em 1996 em Taubaté (SP), o Zumbis do Espaço acaba de lançar pelo selo Thirteen Records "...Aberrações que Somos...", quinto álbum do grupo.
Apesar de calcada no punk rock americano, as influências da banda também saem de lugares inusitados, como do metal, do rockabilly e até mesmo do country.
"Pelas letras de horror e de ficção, pode-se dizer que fazemos death rock", diz o vocalista Tor Zanatas, explicando o teor das composições. "Mas a melhor definição é rock horror deluxe", complementa Tor, fazendo alusão ao título do segundo CD da banda.
Hank Alien (guitarra), Gargoyle (baixo) e Zumbilly (bateria) completam o Zumbis do Espaço, que costuma fazer shows insanos, sempre iniciados com os coros de "A Marcha das Almas", faixa que encerra o mais recente CD.
A pequena e fiel legião de seguidores do Zumbis poderá se esbaldar com as músicas novas. "A Marca dos Três Noves Invertidos" e "Tempo de Matar" são feitas para cantar junto e balançar o esqueleto.
A opção de lançar pelo próprio selo é bem clara nas palavras de Tor. "Nenhuma gravadora contrataria uma banda como a nossa, jamais seremos a banda do momento." O Zumbis é o tipo de banda que não quer mudar o mundo, o que interessa a eles é que o público tenha seus momentos de insanidade com o CD ou que perca a cabeça por uma hora durante o show.
Acabou de sair na Europa "Spiele des Horrors", coletânea com os três primeiros álbuns do Zumbis com 25 músicas, duas inéditas. Quem lançou foi o selo alemão Plastic Bomb.
Joey Ramone e, recentemente, Dee Dee Ramone se foram deixando o público roqueiro de luto, mas, enquanto bandas como o Zumbis existirem o rock continuará sendo motivo de festa e diversão.