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MODA
Novos estilistas experimentam a moda no Projeto Lab
O outro lado do glamour
André Sarmento/Folha Imagem
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A estilista Simone Mina, que está no Projeto Lab |
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria da moda não
seduz só consumidores
ávidos pelas últimas tendências. Com a crescente
oferta de cursos superiores dedicados ao desenho
de moda, muitos jovens
vêem na carreira de estilista a oportunidade de
conquistar fama e glamour.
Ledo engano. Das centenas de recém-formados
que são lançados no concorrido mercado de moda
do Brasil, uma meia dúzia
conseguirá mostrar seu
trabalho ao grande público. Além disso, atrás das
passarelas, entre tecidos,
modelos e falta de patrocínio, é preciso muito jogo de cintura para que as
roupas saiam do papel.
O cearense Ivo Teixeira
Viana, 24, que participa
da quinta edição do Projeto Lab, da Semana de Moda - Casa de Criadores
(que começa hoje em uma
tenda montada no estacionamento do shopping
Eldorado), acha que a culpa é das próprias pessoas
envolvidas com o universo fashion.
"O público não recebe
informações sobre o que
está por trás dos desfiles, o
que dá a impressão de que
moda é só o glamour da
passarela", critica. "Hoje
o estilista tem de ser o
maestro de uma orquestra. Eu fui o administrador, o estilista, o contador
e o costureiro de minha
coleção. Talento é importante, mas é apenas o passo inicial."
Yoo Kim, 23, que participa do Lab pela segunda
vez, atesta: "Para ingressar no mercado é preciso
muito, muito trabalho".
O Projeto Lab foi um
dos primeiros eventos a
incentivar o jovem estilista ao transformar a passarela em laboratório. "O
Lab proporciona aos estilistas a oportunidade de
desenvolver um trabalho
mais conceitual, sem
grandes preocupações
com o mercado", explica
André Hidalgo, idealizador da Casa de Criadores.
Seguindo a linha, eventos como o Amni Hot
Spot e os concursos da Fenit abrem mais espaço para novos talentos.
A estilista Simone Mina,
25, que apresenta hoje sua
segunda coleção, celebra
o Lab: "A proposta estimula toda uma cultura de
moda, que está sendo
construída agora no país.
Não é um evento só para
vender roupa".
(FERNANDA MENA)
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