São Paulo, segunda, 8 de setembro de 1997.



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evento Folhateen
Disco novo do Angra sai no início de 98

Guilherme Maranhão/Folha Imagem
Da esq. para a dir., Luís, Rafael, Kiko, André Matos e Ricardo, integrantes do Angra


da Redação

O auditório da Folha lotou de tietes, na última quinta, para a "coletiva de leitores" que o Folhateen promoveu com o grupo de heavy metal Angra. Os cinco integrantes da banda participaram: André Matos (vocal), Kiko Loureiro (guitarra), Rafael Bittencourt (guitarra), Luís Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria). Leia abaixo os melhores trechos.

Gisleine, 16 - Qual é o próximo trabalho? Vão gravar um CD exclusivo para o Brasil? E shows?
André Matos -
O próximo trabalho da banda deve estar saindo no início do ano que vem. Nós começamos a trabalhar um material novo. A gente deve iniciar a gravação no final deste ano e terminar no início de 98. Vai ser um lançamento mundial, não só no Brasil.
Rafael Bittencourt - Vamos fazer shows em 10 capitais e duas cidades, como Curitiba (18/9), Ponta Grossa, PR (19/9), Porto Alegre (20/9) e terminando em Belém (1/11). Vai haver um Monsters (na verdade, shows que estão sendo apelidados de mini-Monsters) em São Paulo, em novembro, e a gente vai tocar.
Rita, 22 - Vocês gravaram "Chega de Saudade", do Tom Jobim, e já vi o André cantar "Samurai", do Djavan. Vocês futuramente vão cantar em português?
André -
Não, está fora de questão. Pode ser que tenhamos vontade de fazer algo em português, mas o trabalho do Angra é basicamente em inglês. Também pelo fato de trabalharmos em outros países. O fato de termos tocado essas duas músicas é mais hobby. Já tocamos outras músicas brasileiras em shows lá fora e aqui. A gente gosta de música brasileira e, lá fora, é legal a gente apresentar alguma coisa do Brasil. Mas a gente não vai virar uma banda de MPB.
Rita - Vocês gravaram "Painkiller", do Judas Priest. Vocês pretendem gravar Iron Maiden? André - Há um projeto, e fomos convidados. Não sei quando vai rolar, mas é, como o do Judas, um tributo ao Iron Maiden. Ainda estamos escolhendo a música.
Fernando, 19 - Kiko e Rafael, sou guitarrista de uma banda também. Quero saber qual é a influência de vocês para tocar.
Rafael -
Bandas antigas, que começaram o heavy metal: Black Sabbath, Iron Maiden, Deep Purple, bastante Led Zeppelin. E Yngwie Malmsteen, Van Halen, Steve Vai, Satriani, Steve Morse.
Alex - André, você foi convidado mesmo para cantar no Iron? André - Não é que convidaram. Eles estavam escolhendo o vocalista -pelo menos, dizem isso, não sabemos se é verdade ou uma armação para divulgar mais o nome da banda. A gravadora pediu o meu material, e, pelo que eu saiba, eu fiquei em quarto lugar na apreciação mundial. Mas eles acabaram escolhendo o Blaze Bayley, que é um ótimo vocalista. Foi melhor não terem me escolhido.

Guilherme Maranhão/Folha Imagem
Fãs da banda no auditório da Folha



Alex - Por que vocês fazem muito sucesso na França onde o heavy metal não é muito divulgado? André - Os países latinos da Europa aceitam melhor a gente. Nos países onde temos um bom apoio da gravadora, o público é grande. Na Alemanha não é tão grande como nos países latinos, por exemplo. Mas não sabemos se é por esse motivo.
Denise, 16 - Vocês desenvolvem projetos paralelos? Quais as inovações que vão fazer no próximo CD?
Luís Mariutti - Há o projeto paralelo meu, do Ricardo e de um guitarrista que se chama Mauro. Fazemos um blues metal. Se no disco novo vai haver mudança? Vai. Mas não radical. Estamos desenvolvendo o CD agora e não sabemos o que vai sair no final. Mas vai ficar na mesma linha.
Helton, 15 - De onde surgiu o nome da banda?
André -
O nome não tem uma razão específica, tá? Achei que o nome tinha um som e eu fazia questão que fosse em português, que fosse uma palavra só e simétrica, para que a gente pudesse fazer um logotipo legal. Começa com A e termina com A, ela soa bem em português, soa bem em inglês, tinha de ter esse elo.
Alexandra, 17 - Angra na linguagem indígena significa Deus do Fogo. Vocês sabiam disso?
André -
Na verdade não é deus. É deusa do fogo.
Fernando, 18 - André, você não sente saudades dos tempos do "Soldiers of Sunrise", do Viper?
André -
De alguma forma a gente sente saudade, não especificamente da música, mas do tempo que foi. É um bom disco, mas prefiro "Theater of Fate". Quando fizemos esse disco, ninguém estava fazendo esse tipo de música no Brasil. Então, foi um precursor. O Angra conseguiu levar adiante essa proposta que começou com o Viper e outros. Temos saudade da época em que tudo era mais inocente. Mas a gente cai nessa realidade mais profissional e tem de tocar adiante, não só pensando no Brasil, mas no mundo.
Cleber, 20 - Quem de vocês é a favor da legalização da maconha?
Luís -
Sou a favor da não discriminação de quem usa, de você saber os riscos porque, lógico, não é tão inocente assim. Falar que faz menos mal que o cigarro, não é assim. Tem seus males também, como o cigarro ou a bebida, e não tem de punir quem usa, como ninguém pune quem toma uísque.
Ricardo - O grande perigo é passar para uma droga mais forte, usar como intermediária.
Lilian, 18 - Qual a possibilidade de rolar um acústico no Brasil? Luís - Não sei as datas, mas vai haver um em Curitiba e outro na Bahia. A gente vai ensaiar um legal e fazer em São Paulo também.



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