|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
Toques polifônicos de sucessos das FMs infestam celulares com versões de baixa qualidade
15 segundos de tortura
LEANDRO FORTINO
DA REPORTAGEM LOCAL
Atenda o celular! Rápido, por favor!
Como se não bastassem os toques chatos que já vêm de fábrica
na maioria dos aparelhos, cresce a febre de
baixar músicas em ritmos polifônicos. São geralmente sucessos de
FMs que ganham versões malfeitas
e que ainda custam, em média, R$ 3,
nos sites das próprias operadoras
ou em endereços de serviços de
downloads para celulares.
O Folhateen encarou a dura tarefa
de ouvir os downloads de toques
polifônicos mais comprados por donos de
aparelhos das principais operadoras de São
Paulo. É difícil acreditar que um fã de Linkin Park, por exemplo, goste realmente da
versão do sucesso "Breaking the Habbit",
que, se já era pobre no original, fica ainda
mais sem graça quando toca o celular. O
mesmo vale para "Faint", que nem soa como a verdadeira.
Os trechos de música geralmente não duram mais de 15 segundos e muitas vezes
nem são produzidos no Brasil. Algumas
empresas que prestam serviço para as operadoras mandam arquivos de MP3 a países
como Portugal, EUA e Holanda, que devolvem a música que você ouve no rádio em
versão vagabunda de teclados baratos.
O hit "In da Club", do 50 Cent, fica irreconhecível no celular; "Miss You", do Blink
182, ganha versão muito aguda que praticamente não sai da cabeça; e "Vou Deixar",
do Skank, poderia até ficar boa, mas traz
arranjos que a transformam em outra.
É claro que algumas versões se dão bem
nos celulares, como "Toxic", de Britney
Spears, que é até engraçada, "Iron Man",
do Black Sabbath, que parece música de
restaurante careta, e "Here Comes Your
Man", da banda Pixies, que vem com uma
releitura latina.
Outras também valem a pena de serem
baixadas, como "Não Uso Sapato", de
Charlie Brown Jr., e "Equalize", da Pitty, já
que são apenas versões instrumentais e você não obriga amigos e pessoas que estão ao
seu redor a agüentar as letras vazias e cheias
de lugares-comuns desses artistas.
Ai, que saudades daquela musiquinha do
caminhão do gás...
Texto Anterior: Escuta aqui - Álvaro Pereira Júnior: O "roquismo" odeia o pop Próximo Texto: Franz Ferdinand contra as boy bands Índice
|