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Quem foi Tina Modotti
DA REPORTAGEM LOCAL
Tina Modotti (1896-1942) foi fotógrafa de primeira linha, atriz
de Hollywood de segunda classe, modelo do muralista mexicano
Diego Rivera, Mata Hari para os soviéticos e uma porção de outras coisas.
Imigrante italiana, chegou a San
Francisco em 1913 e casou-se logo depois com o poeta Roubaix l'Abrie Richey e com seu círculo intelectual.
Entre a vida boêmia e Hollywood,
Tina ainda posava como modelo artístico. Foi assim que se aproximou do
fotógrafo e "amigo da família" Edward
Weston, de quem viria a ser amante e
com quem aprenderia a fotografar.
Depois da morte do marido, Tina foi
para o México com Weston, e lá ficou
amiga de artistas e exilados políticos,
além de florescer como fotógrafa.
Mas só retratar a injustiça social não
bastava. Ela ingressou na filial mexicana da Ajuda Vermelha Internacional,
espécie de Cruz Vermelha comunista,
que auxiliava perseguidos políticos.
O ano da virada de sua vida, de artista para militante do Partido Comunista, é 1929, ao ser expulsa do México.
Como os EUA lhe negaram visto de
entrada, Modotti viu em Berlim e em
Moscou seu refúgio, abraçando de vez
"missões de resgate" clandestinas.
Em 1939, Tina mudou o próprio nome e voltou para a Cidade do México,
cansada das querelas do Partido Comunista. Ela morreu misteriosamente
em um táxi, três anos depois.
Há quem diga que a morte foi conseqüência de seus problemas cardíacos e
há quem jure que ela foi envenenada
por ex-camaradas indignados.
Ironicamente, em seu enterro na Cidade do México, um tecido estampado
com uma foice e um martelo decorava
seu túmulo. Ao lado da lápide, havia
um retrato de Tina feito por Weston,
como um sopro de vigor que remete
aos tempos de Califórnia ensolarada.
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