São Paulo, segunda-feira, 09 de janeiro de 2006

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Quem foi Tina Modotti

DA REPORTAGEM LOCAL

Tina Modotti (1896-1942) foi fotógrafa de primeira linha, atriz de Hollywood de segunda classe, modelo do muralista mexicano Diego Rivera, Mata Hari para os soviéticos e uma porção de outras coisas.
Imigrante italiana, chegou a San Francisco em 1913 e casou-se logo depois com o poeta Roubaix l'Abrie Richey e com seu círculo intelectual.
Entre a vida boêmia e Hollywood, Tina ainda posava como modelo artístico. Foi assim que se aproximou do fotógrafo e "amigo da família" Edward Weston, de quem viria a ser amante e com quem aprenderia a fotografar.
Depois da morte do marido, Tina foi para o México com Weston, e lá ficou amiga de artistas e exilados políticos, além de florescer como fotógrafa.
Mas só retratar a injustiça social não bastava. Ela ingressou na filial mexicana da Ajuda Vermelha Internacional, espécie de Cruz Vermelha comunista, que auxiliava perseguidos políticos.
O ano da virada de sua vida, de artista para militante do Partido Comunista, é 1929, ao ser expulsa do México.
Como os EUA lhe negaram visto de entrada, Modotti viu em Berlim e em Moscou seu refúgio, abraçando de vez "missões de resgate" clandestinas.
Em 1939, Tina mudou o próprio nome e voltou para a Cidade do México, cansada das querelas do Partido Comunista. Ela morreu misteriosamente em um táxi, três anos depois.
Há quem diga que a morte foi conseqüência de seus problemas cardíacos e há quem jure que ela foi envenenada por ex-camaradas indignados.
Ironicamente, em seu enterro na Cidade do México, um tecido estampado com uma foice e um martelo decorava seu túmulo. Ao lado da lápide, havia um retrato de Tina feito por Weston, como um sopro de vigor que remete aos tempos de Califórnia ensolarada.


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