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ESTANTE
A epopéia de um artista com defeito de fabricação
LUÍS AUGUSTO FISCHER
COLUNISTA DA FOLHA
Talvez o livro seja um pouco difícil no
começo, talvez você tropece em algumas passagens. Mas pode ter certeza
de que você fará um grande negócio
lendo "Tropicalista Lenta Luta", de
Tom Zé, uma das grandes figuras da
cultura brasileira destes nossos tempos. O título já é um convite a pensar.
O livro é variado. Começa com uma
meditação em forma de memória, tendo como centro os começos da relação
de Tom Zé com a música: ele, menino
cheio de receios e vivendo no interior
da Bahia, queria fazer alguma coisa
musical para a namorada. Ele não sabia
o que fazer, mas acreditava com muita
convicção nas virtudes desse não-saber. Agarrou-se firmemente à intuição
e soltou as amarras da imaginação.
Depois, chegou à universidade, onde,
por acaso, encontrou professores dispostos a lidar com tipos como ele. Era a
Bahia dos anos 60, quando o mundo
todo parecia querer dar uma chance à
inteligência. Tom Zé aproveitou.
Sua trajetória seguiria em São Paulo,
com os festivais de música.
Depois, o livro traz textos que ele escreveu há alguns anos para jornais e as
letras das canções de todos os seus criativos e instigantes discos.
Tropicalista Lenta Luta
Autor: Tom Zé
Editora: Publifolha (tel. 0/xx/11/3224-2196)
Quanto: R$ 39
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