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"Mensagens são inspiradas em histórias reais
free-lance para a Folha
A coleção de adesivos e demais
produtos de Ariel Fox reflete as
histórias que ela tem ouvido nos
últimos dois anos de meninas de
várias partes do mundo.
Uma delas, por exemplo, é a de
uma garota que trabalhava numa
loja e dizia já estar cansada de ser
chamada pelos fregueses do sexo
masculino por nomes engraçadinhos, insinuando uma intimidade
que ela nunca havia dado a eles.
Para tal situação, Ariel criou o
colante "Hello, my name isn't cutie or honey, it's..." (oi, meu nome
não é gracinha nem fofura, é...)
Outras histórias são mais tristes,
como a da menina que dizia estar
vivendo num inferno desde que a
mãe se casou de novo. Um dia, ela
se viu trancada em casa e estuprada pelo padrasto. Um dos adesivos, que diz "Stop domestic violence" (pare com a violência doméstica), se dirige exatamente a
tais vítimas de abuso sexual ou de
castigos corporais em casa. Um
outro colante, ainda menos sutil,
traz o desenho de uma mão fechada, como pronta para um soco, e
cercada de estrelinhas, com as seguintes palavras: "Defend yourself" (defenda-se).
A série de colantes "This insults
women", "This insults girls" e
"This insults everyone" (isso insulta as mulheres, as meninas e todo mundo) responde às variações
de um mesmo tema: o desrespeito.
Uma mulher encomendou os
adesivos para o quadro de avisos
da empresa, onde sempre apareciam gracinhas contra mulheres.
Um outro cliente comprou o mesmo adesivo para colocar em uma
banca com revistas pornográficas.
Um grupo de rock que trabalha
com presidiárias comprou os adesivos "Punk rock isn't just for your
boyfriend" (punk rock não é só
para o seu namorado). A treinadora de futebol feminino de um time
chileno encomendou dezenas de
cordões de tênis com inscrições
Girl Power para as jogadoras.
Um grupo de meninas comprou
os colantes que dizem "Visit our
power room" (visite nosso centro
de poder) para cobrir desenhos de
mulheres de peito de fora nos banheiros públicos.
Mas nem tudo é cor-de-rosa para o movimento das Stickers Sisters. Ariel conta que depois que
publicaram a sua história no
"Washington Post", um dos maiores jornais do pais, apareceu a primeira carta negativa no seu endereço eletrônico. Era de uma mulher que criticava o movimento,
dizendo que Ariel está fazendo tudo isso motivada por autopiedade.
A autora da carta é contra qualquer movimento que supostamente separe homens e mulheres
e acha que quem faz isso só pode
ser por falta de sucesso pessoal
nesse setor. Ariel, no entanto, diz
que está preparada para as críticas
e acha que elas fazem parte do processo. Como não está sozinha,
sente-se forte para o que der e vier.
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