São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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Girl Power
Movimento de garotas cola nos EUA

Washington Post
A empresária e líder do movimento Girl Power, Ariel Fox, 15


MARIA CECILIA SÁ PORTO
free-lance para a Folha

Quem vê Ariel Fox -uma garota de 15 anos, baixinha e meigos olhos azuis- não imagina que ela seja a combativa líder do primeiro movimento que se tem notícia nos Estados Unidos de valorização das garotas, o Girl Power (poder das meninas).
Nas últimas semanas, ela foi notícia do jornal americano "Washington Post" e de revistas especializadas para adolescentes. Tudo por causa do sucesso da sua marca Stickers Sisters, composta de adesivos, broches, cordões de tênis e ímãs com mensagens positivas de orgulho e auto-respeito sobre ser menina (leia texto abaixo).
Ariel decidiu investir nessa iniciativa como resposta a uma situação que considera absurda. Segundo ela, as meninas nos EUA enfrentam problemas de auto-estima e de sentimento de inferioridade por causa de um modelo social que cobra dos meninos um comportamento assertivo e das meninas, "doçura".
"Embora na infância elas sejam tão positivas sobre si mesmas quanto eles, na adolescência os papéis começam a ficar confusos. E, sem que você perceba, já está dirigindo todos os seus esforços num único sentido: agradar aos meninos", diz.
A proposta de Ariel para as garotas é: unam-se, confiem mais umas nas outras e parem de ridicularizar as garotas que não se encaixam no modelo machista de bonitinha, sexy e charmosa.
Ariel se comunica com o vasto exército de colaboradoras do seu posto de comando, que é também seu quarto e a oficina de trabalho. Recebe e-mails de meninas de todos os Estados americanos e de nove países: Canada, Chile, Singapura, Japão, Suíça, Paquistão, Itália, Inglaterra e Austrália. Sua lista de endereços já tem mais de mil nomes, e são essas conversas que inspiram a criação dos seus produtos. Possui também uma home page, na qual expõe os catálogos de novos materiais e os "journals", seu espaço de comentários e opiniões pessoais.
Modesta, ela não se considera nenhuma grande líder, mas admite que é parte de um grande movimento de conscientização das meninas pela igualdade de direitos e pela necessidade de união e ajuda mútua.
Nas férias de verão (de junho a fim de agosto) pretende lançar um grupo de apoio em que as garotas mais velhas ajudem as mais novas. Essa vai ser a primeira experiência de militância propriamente dita, na qual as garotas vão se encontrar para trocar experiências.
Como prova de que ela não tem nada contra os garotos -o que faz questão de frisar-, Ariel convidou os mais "ativos" para participar do novo trabalho.



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