São Paulo, segunda, 9 de março de 1998

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"Boy Power é desnecessário'

free-lance para a Folha

Foi por causa de uma polêmica com um menino da sua escola, Ivan Lutchenkov, que Ariel aproveitou para esclarecer as premissas do seu movimento.
O jornal da escola, depois de publicar uma reportagem sobre ela, recebeu uma carta indignada de Ivan, aluno do último ano, queixando-se de haver dois pesos e duas medidas: "As meninas são aplaudidas pelas mensagens do Girl Power, enquanto produtos de uma linha Boy Power seriam inaceitáveis".
Ariel respondeu que "meninas e mulheres precisam ser lembradas de que também são fortes. A sociedade está constantemente tentando convencê-las de que são fracas e de que a aparência física é a sua qualidade mais importante". Resultado: muitas acabam com problemas de auto-estima duros de vencer.
Ela diz que, em geral, a desigualdade de direitos é sutil e passa despercebida. As meninas, por exemplo, são chamadas menos vezes que os meninos pelos professores para falar na sala de aula; os esportes femininos aparecem menos na TV e nos jornais; mulheres e meninas têm menos oportunidades em posições de liderança, tanto no trabalho como na política.
"Eles sabem desde pequenos que quando crescerem vão conquistar os melhores empregos e vão ser chefes e líderes. Só os de mentalidade mais aberta reconhecem que as meninas também são competentes e podem liderar." É por isso que ela acha que fazer colantes de "Boy Power" não só é desnecessário como até ridículo.



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