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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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Circular por vários lugares e criar pontos de encontro insólitos são regras da noite jovem

Baladas sem rumo

FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não há como ignorar: dá a maior aflição pensar que, enquanto você está em uma balada, pode haver outra muito mais divertida rolando em outro lugar.
Essa angústia típica dos nossos dias -não só em relação a baladas- está alterando o comportamento dos jovens na noite. Como é impossível estar em todos os lugares ao mesmo tempo, o novo lema é ir a muitos lugares em uma só noite e monitorar outros bares e clubes ligando para amigos que estão aqui e ali.
Essa quase-obrigação de estar em movimento é objeto do livro "Noites Nômades" (ed. Rocco), estudo das antropólogas cariocas Maria Isabel Mendes de Almeida e Kátia Maria de Almeida Tracy, que será lançado nesta semana.
"Esse nomadismo está modificando o perfil do lazer noturno e reclassificando os espaços urbanos", diz Tracy. É por isso que, hoje, postos de gasolina se transformaram em centros de encontro e de azaração. "Os postos que têm lojas de conveniência servem aos jovens porque são locais de passagem, onde é possível ver, ser visto, parar o carro, ouvir música, comer, beber e saber de outras baladas sem nenhum comprometimento com o espaço. É um lugar aberto e ninguém paga para estar lá", explica Maria Isabel.
É por isso também que, pelo menos no Rio, impera a estética do básico. "O estilo básico de se vestir permite que esses jovens circulem por locais diferentes numa mesma noite", aponta Tracy. "Em São Paulo, é diferente. As pessoas se comprometem mais com os estilos."
Com a quantidade de opções em São Paulo, cada turma tem seu próprio roteiro de baladas: no mínimo a do começo da noite, a do meio e a do fim. Tudo sem muita fidelidade e sempre de olho nas novidades. O Folhateen acompanhou algumas dessas galeras para mostrar onde vão, como vão e o que fazem. Prepare o seu drink energético.

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