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São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2003

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RICARDO LISBÔA
DA REPORTAGEM LOCAL

Fim de semana é tempo de descanso. Pffffff ou qualquer outra onomatopéia que dê o nível do descabimento da frase acima pode ser ouvido agora por quem estiver ao lado do leitor baladeiro.
Até porque, para quem realmente curte balada, o fim de semana começa na quinta ou na quarta. E toda hora é noite, não importa se são 15h e o sol está piscando lá no alto.
É assim com Gabi Tricanico, 16, que, às 14h do domingo, num after-hours de um clube paulistano, planejava o prolongamento do dia até a outra manhã. "Estou na rua desde a sexta-feira, quando fui à [festa] Gigolo Party. Depois, fui para a Level e para o D.Edge. Dormi um pouco ontem, de 20h às 3h, e saí de novo. Daqui do Juke Joint, devo ir ao Café Chill Out e ficar lá até amanhã cedo", enumera ela.
Gabi diz que também gosta de ir às raves e só não emendou em uma porque não havia mesmo nenhuma.
Como se consegue passar tanto tempo na balada? "Ah, cochila um pouco no clube, lava o rosto e já pode ferver de novo", ensina Chrisla Ramirez, 25, que chegou ao Juke Joint às 10h.
"Tem uma coisa interessante em ficar mudando de lugar durante a noite, que é como a turma vai mudando. Você começa na primeira balada com uma galera e lá pelas tantas as caronas mudaram e você já está com outra totalmente diferente", reflete Chrisla.
Do outro lado do mesmo clube, havia quem desse valor exclusivo às saídas matinais. "A gente dormiu até umas 4h e veio para cá. Mas, para virarmos uma noite e aparecermos por aqui a essa hora, só se estivermos muito passados", afirmam os amigos Frederico Kesselring, 23, e Bernardo de Souza, 20.
Balada clássica
De todo modo, o itinerário básico ainda faz sucesso. Principalmente no meio em que a balada não é de música eletrônica. O esquema casa-bar-casa noturna-comida-casa é o preferido pelo fã de rock Júlio Moreno, 21. "Vamos para o bar e de lá escolhemos o lugar para sair. Mas, às vezes, rola só o barzinho mesmo", acrescenta.

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